08 Mai 2017
Os sacerdotes são chamados a ser um exemplo, não “senhores, clérigos de Estado”. Devem ser os primeiros servidores do próximo, não buscar a “carreira”. O Papa Francisco afirmou isso ao presidir na manhã desse domingo, 7 de maio, na Basílica de São Pedro, a missa durante a qual ordenou dez novos sacerdotes.
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada no sítio Vatican Insider, 07-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Esses novos padres ordenados pelo pontífice “foram escolhidos pelo Senhor Jesus não para fazer carreira, mas para desempenhar esse serviço”, recordou o bispo de Roma na sua homilia, que, embora seguindo o ritual romano, foi enriquecida com diversas considerações pronunciadas de improviso.
“Preguem – pediu-lhes o papa – de modo simples, como falava o Senhor que enriquecia o coração. Não sejam intelectuais, falem simples, falem ao coração, e seja a alegria e o sustento aos fiéis de Cristo o perfume da vida de vocês, porque a palavra sem o exemplo de vida não serve. É melhor voltar atrás.”
Depois, uma nova advertência contra a “vida dupla” (a último foi expressada pelo papa na homilia na Casa Santa Marta da sexta-feira, 5 de maio), que – afirmou – “é uma doença feia na Igreja”. E acrescentou: “O presbítero que estudou muito teologia e, talvez, tem um, dois, três diplomas, mas não aprendeu a carregar a Cruz de Cristo não serve. Pode ser um bom acadêmico, um bom professor, mas não um bom sacerdote”.
Continuou: “Por favor, peço-lhes, em nome de Cristo e da Igreja, que sejam sempre misericordiosos, não carreguem sobre os ombros dos fiéis pesos que não podem carregar: Jesus repreendeu isso aos doutores da lei e os chamou de hipócritas”.
Entre as recomendações, Francisco salienta “a tarefa talvez chata e até mesmo dolorosa de ir visitar os doentes. Façam-no. É bom que ou leigos e os diáconos vão, mas não deixem de tocar a carne de Cristo nos doentes. Isso santifica vocês, os aproxima de Cristo”.
O Papa Bergoglio também exortou a ser “alegres, pastores do povo de Deus na alegria. Sejam alegres, nunca tristes, com a alegria do serviço de Cristo, até mesmo em meio aos sofrimentos, às incompreensões, aos próprios pecados”.
Além disso, “por favor, não sejam senhores, não sejam clérigos de Estado, mas pastores, pastores do povo de Deus”.
Ele reiterou a indicação de não fazer “homilias intelectuais demais, elaboradas. Falem simples, falem aos corações. Assim, a pregação será verdadeiro alimento”.
Então, o papa invocou vidas sacerdotais límpidas, que sirvam ao próximo “em alegria”.
“Um presbítero que talvez estudou muita teologia e fez uma, duas, três graduações, mas não aprendeu a carregar a Cruz de Cristo, não serve. Pode ser um bom acadêmico, um bom professor, mas não um sacerdote.”
“Seja alimento para o Povo de Deus a sua doutrina, simples, como falava o Senhor, que chegava ao coração. Não façam homilias intelectuais demais e elaboradas: falem de modo simples, falem aos corações. E essa pregação será verdadeiro alimento. E seja a alegria e o sustento aos fiéis também o perfume da vida de vocês, porque a palavra sem o exemplo de vida não serve. É melhor voltar atrás. A vida dupla é uma doença feia na Igreja.”
“Sejam pastores, não funcionários. Sejam mediadores, não intermediários.”
“Por favor, não seja, ‘senhores’, não sejam ‘clérigos de Estado’, mas pastores, pastores do Povo de Deus.”
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Papa: "Os padres são escolhidos não para fazer carreira, mas para servir" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU