18 Fevereiro 2017
Para chefe da agência da ONU, falta de ação imediata compromete futuro da produção de alimentos; José Graziano da Silva alerta para ameaça à Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.
Membros de um grupo de agricultores da Índia medem os níveis da água no solo em uma cisterna. Foto: FAO/Noah Seelam
A reportagem é de Laura Gelbert Delgado, publicada por ONU News, 17-02-2017.
Em Dubai, durante a Cúpula Mundial de Governos, o chefe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, fez um alerta.
Para José Graziano da Silva, não agir imediatamente para tornar os sistemas alimentares mais resilientes à mudança climática, “comprometerá gravemente a produção de comida em muitas regiões e pode condenar ao fracasso as ações internacionais para acabar com a fome e a pobreza até 2030”.
O chefe da agência da ONU ressaltou que a “agricultura tem a chave para a resolução de dois dos maiores problemas” que a humanidade enfrenta atualmente: “acabar com a pobreza e a fome e contribuir para alcançar condições climáticas estáveis para que a civilização possa prosperar”.
Graziano da Silva destacou especialmente a necessidade de apoiar pequenos agricultores em países em desenvolvimento a se adaptarem à mudança climática.
Ele lembrou que a maioria das pessoas extremamente pobres e que passam fome depende da agricultura para seus meios de subsistência.
O diretor-geral da FAO mencionou formas inovadoras que podem ajudar a melhorar a produção e a construir resiliência citando, por exemplo, adubos verdes, gerenciamento sustentável dos solos e técnicas agroflorestais.
Graziano da Silva alertou, no entanto, que produtores enfrentam “grandes barreiras”, como falta de acesso a crédito e mercados, insegurança em relação à posse da terra, falta de conhecimento e informação e altos custos para deixar práticas existentes.
Ele mencionou, por exemplo, que 70 países não têm serviços meteorológicos. A FAO está trabalhando com a Organização Mundial de Meteorologia para desenvolver esses serviços de baixo custo que apoiem agricultores.
Para Graziano da Silva, a “adaptação à mudança climática faz sentido econômico”, ressaltando que seus benefícios são “muito maiores que os custos”
Segundo o chefe da agência, a gestão da água é uma área fundamental para ação. Ele alertou que milhões de pequenos agricultores em todo o mundo já estão lutando contra a escassez do produto, o que deve se intensificar como resultado da mudança climática.
Por este motivo, na última conferência da ONU sobre a questão, a FAO e parceiros lançaram uma plataforma global sobre escassez de água na agricultura. A iniciativa busca apoiar países em desenvolvimento.
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FAO pede apoio para adaptação de pequenos agricultores à mudança climática - Instituto Humanitas Unisinos - IHU