Balanço da visita do Papa a Lund

Fonte: Vimeo

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

04 Novembro 2016

Francisco “conhece Lutero e sua relevância para Alemanha e Europa. Ele sabe de sua influência sobre o idioma alemão, a identidade alemã e a história, também a história dos conflitos europeus. Em Lund, Francisco honrou o reformador Martinho Lutero e suas declarações sobre os luteranos superaram as de seus predecessores”, escreve Strack Christoph, redator da Deutsche Welle, em artigo publicado por DW, 03-11-2016. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Lund foi sua viagem ao ecumenismo. O papa Francisco viajou de Roma até este lugar, relevante para a comunidade mundial luterana, no qual foi fundada a Federação Luterana Mundial, em 1947. As imagens da calorosa saudação da paz entre a máxima autoridade da Igreja Católica Apostólica Romana e a arcebispa  permanecem. Para os cristãos divididos, que desejam mais unidade, é um alento.

Muitos esperam há tempo. Outros se cansaram de esperar. Para todos eles, as palavras do Papa são um alento. Ele fala, como é usual, com frequência como um pai espiritual e não soa simplesmente como o prelado, o protetor da doutrina. Agora, adverte, há a oportunidade, “em um momento decisivo de analisar nossa história, de superar controvérsias e mal-entendidos”.

O peso do antecessor

Retrospectiva. Em setembro de 2011, o papa Bento XVI visitou a Alemanha, o país de Lutero, e falou no convento agostiniano, em Erfurt. O Papa alemão em um antigo lugar da Reforma. E Bento fez uso de uma expressão, que chegou às manchetes: sua negativa ao “abrigo ecumênico”. Esta palavra causou decepção e permaneceu. Isso demonstra a sabedoria da decisão do Papa, no prelúdio da celebração do aniversário da reforma protestante da Federação Luterana Mundial, de viajar a Suécia e não a Alemanha. Ali, as expectativas teriam sido ainda maiores.

Ao mesmo tempo, pode-se estar seguro, após algumas contribuições do Papa, que ele conhece Lutero e sua relevância para Alemanha e Europa. Ele sabe de sua influência sobre o idioma alemão, a identidade alemã e a história, também a história dos conflitos europeus. Em Lund, Francisco honrou o reformador Martinho Lutero e suas declarações sobre os luteranos superaram as de seus predecessores.

Mais aspectos comuns

Assim, Lund permanece como uma data histórica. Aí está a naturalidade da celebração em conjunto, também a franqueza da assinatura da declaração conjunta. O texto apresenta a perspectiva relevante para o Papa, a do pai espiritual: “Sofremos a dor de todos os que compartilham suas vidas, mas não podem compartilhar a presença aliviadora de Deus na eucaristia. Reconhecemos nossa responsabilidade pastoral comum (...). Aspiramos que a ferida do corpo de Cristo seja curada. Este é o objetivo de nossos esforços ecumênicos”.

Agora, os teólogos terão que elaborar os detalhes. Presumivelmente, será um ano de lidas. O papa Francisco completará 80 anos em dezembro. Se é a favor de uma nova “aposta pelo diálogo teológico”, isto será importante para ele. Talvez desta maneira chegue a Roma a nova impaciência ecumênica...

Em meados de outubro, 1.000 protestantes e católicos da Alemanha foram juntos a Roma e se reuniram com o Papa. Ele lhes fez uma pergunta: “Quem são melhores, os católicos ou os protestantes?”. A resposta foi dada por ele próprio em alemão: “Juntos somos melhores”.

Lund foi a viagem de Francisco ao ecumenismo. Mas, Lund enviou os ecumenistas, outra vez, em viajem.

Leia mais

Ecumenismo hoje: um fruto do Concílio

Os três ecumenismos do Papa Francisco. Artigo de Massimo Faggioli

Francisco: do “ecumenismo do lobo” à “unidade na diferença”

A estratégia da partilha do papa: Lutero como parte da história cristã comum

As teses de Lutero e o pontífice que apaga séculos de conflitos. Artigo de Lucetta Scaraffia

O papa e Lutero, um projeto político. Artigo de Marco Marzano

“A experiência espiritual de Martinho Lutero nos interpela e nos recorda que não podemos fazer nada sem Deus”