Lombardi confirma que o Vaticano está disposto a indenizar as vítimas de Wesolowski

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Por: André | 22 Setembro 2015

O Vaticano mostrou disposição para indenizar as vítimas do ex-núncio na República Dominicana, Jozef Wesolowski, que morreu antes de ser julgado por abusos sexuais contra menores neste país.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 20-09-2015. A tradução é de André Langer.

Perguntado sobre a possibilidade de indenizar as vítimas do ex-núncio Jozef Wesolowski, o porta-voz do Vaticano, o Pe. Federico Lombardi, disse que qualquer questão específica desse tipo deve ser apresentada primeiro às autoridades da República Dominicana.

Acrescentou que as autoridades dominicanas poderiam avaliar a questão e depois reunir-se com os representantes da Igreja católica. E além de não descartá-la, Lombardi sugeriu que o Vaticano examinaria o pedido.

“Não tenho uma solução concreta. Tenho que dizer que se há um problema e se há um pedido, pode ser apresentado para ver se há possibilidades concretas de ajudar para que se chegue a uma solução conveniente”, comentou em uma coletiva de imprensa em Havana, aonde o Papa Francisco chegou no sábado, no início de um giro que também o levará aos Estados Unidos.

O polonês Wesolowski foi núncio na República Dominicana entre janeiro de 2008 e agosto de 2013 e foi expulso do sacerdócio após um processo canônico pelo escândalo de abuso de menores.

Wesolowski morreu no dia 28 de agosto, aparentemente de um ataque cardíaco, enquanto aguardava o julgamento.

Sobre as palavras de Raúl Castro exigindo o fim do bloqueio, Lombardi assinalou que o Papa Francisco segue a mesma linha de não aceitação do bloqueio contra Cuba, o que também já deixaram claro seus antecessores João Paulo II e Bento XVI.

Diante de uma pergunta da AIN, Lombardi preferiu não fazer especulações sobre a possibilidade de que o Bispo de Roma se pronuncie em Cuba ou no Congresso dos Estados Unidos sobre essa política que persiste por mais de meio século.

A postura da Igreja católica sobre o bloqueio está clara há muito tempo, disseram os bispos cubanos, e João Paulo II e Bento XVI foram amplos em suas mensagens sobre este assunto, destacou.

Lombardi reafirmou durante a visita de Bento XVI, em 2012, que a Igreja católica é contrária a tudo o que prejudica os seres humanos, e o bloqueio é uma medida “que só agravou as dificuldades da população cubana e não serve para nada. Obviamente, o Papa Francisco está na mesma linha sobre este tema”, disse.

“Para mim está claro que é preciso ler o discurso desta tarde quando falou sobre o caminho para a normalização de relações entre Havana e Washington – precisou –, porque o bloqueio faz parte desse processo de reconciliação.”

Em relação a esse tema, o Papa Francisco animou os responsáveis políticos para avançar por esse caminho e desenvolver todas as potencialidades como prova do alto serviço que estão chamados a prestar a favor da paz e do bem-estar dos dois povos.

Não obstante as palavras do Sumo Pontífice, Lombardi declinou adiantar se Francisco faria um pronunciamento particular, tanto em Cuba como no Congresso estadunidense, sobre o bloqueio.

Há passos significativos nas relações entre os dois países e é isso o que importa, garantiu o padre jesuíta italiano, diretor do Centro Televisivo Vaticano e da Rádio Vaticano. Durante a sua passagem por Cuba, em 1998, João Paulo II pronunciou-se pela globalização da solidariedade e contra o bloqueio econômico à maior ilha das Antilhas.

Lombardi destacou as boas relações entre Cuba e a Santa Sé, que já contam com 80 anos de relações ininterruptas.

Agradeceu a acolhida do Governo e do povo cubanos, algo que também impressionou Sua Santidade pelas demonstrações de afeto e respeito; especialmente constatadas no trajeto do aeroporto internacional José Martí à Nunciatura Apostólica, onde encontraram cerca de 100 mil pessoas.+