Pesquisa sobre o presbiterado: uma imagem borrada

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

25 Outubro 2016

Como muda a percepção que os padres têm de si mesmos e do seu ministério? A interrogação é regularmente levantada e variadamente explicitada. Os bispos italianos fizeram disso o objeto de uma assembleia geral extraordinária, e está em preparação um subsídio para acompanhar a formação permanente dos padres. Por isso, um evento local também pode ser estimulante. Não só por aquilo que diz, mas também pelos seus limites e possíveis manipulações. Em outras palavras: como conseguir fazer com que ele diga aquilo que se deseja que seja expressado.

A reportagem é de Lorenzo Prezzi, publicada no sítio Settimana News, 21-10-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O jornal La Croix apresenta no seu número do dia 11 de outubro uma investigação no presbitério da diocese belga de Liège. Quarenta e seis questionários remetem a uma imagem do sacerdote que cuida das almas em parte apreciável e, em parte, condicionada por preconceitos previsíveis.

A parte mais difícil da vivência sacerdotal é confiada não tanto à vida afetiva, à solidão e à sobrecarga de trabalho, mas sim à falta de uma perspectiva de futuro e à distância da instituição.

No lado positivo, há as fontes espirituais (oração, retiro, direção espiritual), as relações com os fiéis, o tempo dedicado a si mesmos e a percepção de respeito que sentem ao seu redor.

Na área intermediária, registra-se a solidão e a preocupação com a saúde. A ênfase anti-institucional e anticurial parece óbvia, e a ausência de projeto pastoral para o futuro entra em conflito com uma grande obra diocesana para a renovação da catequese e das estruturas paroquiais que a diocese implementou entre 2003 e 2004.

Também sobre o cuidado do presbitério, deve ser registrado o esforço diocesano de supervisão sobre o clero jovem que está em exercício desde os anos 1990 e a operação "Ser padre de modo diferente", construída através de uma cuidadosa investigação e de um dossiê nos anos 2000, que culminou em uma assembleia geral do clero em Banneux.

A incerteza sobre os resultados força a rever as metodologias. Então, descobre-se que tudo parte da iniciativa de um sacerdote que distribuiu no conselho presbiteral uma série de anotações, que se transformaram em questionário que alguns responderam (46 de 110 padres).

O material foi confiado a três especialistas (um psicólogo, um teólogo e um sociólogo) que coletaram e ordenaram em seu esquema próprio 247 citações que surgiram a partir das respostas. O resultado global é o já indicado: em parte apreciável e em parte condicionado.

Na apresentação de todo o processo no conselho presbiteral, o bispo se limitou a receber o trabalho e a pedir possíveis propostas para o futuro. E comentou: "A desafeição em relação à instituição é surpreendente, no momento em que o Papa Francisco se esforça para sustentar a reforma eclesial e a confiança na Igreja".

Medir a consciência presbiteral não é fácil. É pouco prudente confiar a tarefa a metodologias incertas, porque é relevante demais em relação ao futuro das comunidades cristãs.

Leia mais