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10 Setembro 2015

A revolução nasceu quando Lucía Mendizábal, 53 anos, dona de uma empresa de bens imóveis na Cidade da Guatemala, capital da Guatemala, chegou esgotada a sua casa e caiu na cama. Eram 20h45 de 16 de abril passado. Ela ligou a televisão, e o noticiário a deixou mais revoltada que de hábito. Havia sido descoberto um golpe de fraude aduaneira conduzida pelo secretário privado da vice-presidente, Juan Carlos Monzón, mais conhecido como "Robacarros" por seus antecedentes como ladrão de automóveis.

A reportagem é de Martínez Ahrens, publicada por El País, 09-09-2015. 

Revoltada, Mendizábal, uma profissional que nunca militou em nenhum partido, postou na mesma noite uma mensagem para seus amigos no Facebook: "Vamos ver se fazemos alguma coisa". Sem saber, Mendizábal acabava de pôr em ação a assombrosa máquina que, em poucos meses, provocaria a maior onda de indignação da população vivida na Guatemala. Uma maré de descontentamento, pacífica e viral, que derrubaria da presidência o general Otto Pérez Molina e abriria uma porta para a esperança na América Central.

Na manhã seguinte, Mendizábal encontrou meia dúzia de respostas. Uma atingiu o alvo. Perguntava apenas quando e a que horas dariam o passo. Casada e com duas filhas, ela tomou então a decisão de sua vida: convocar uma manifestação. Com a ajuda de sete amigos, implementou a iniciativa. Naquele mesmo domingo reuniram-se em torno de uma torta de amoras. Eram classe média urbana, de 24 a 55 anos. Entre eles havia um designer, uma galerista, um estudante de direito... Juntos escreveram o primeiro comunicado.

Definiam-se como um grupo de cidadãos indignados, defensores da legalidade, sem afiliação política e desconformes com a corrupção. Não colhiam assinaturas e repudiavam a violência. Somente convocavam uma concentração no Parque da Constituição para pedir a demissão da vice-presidente e a retirada da imunidade presidencial. Seu lema era #RenunciaYa (renúncia já); seu instrumento, as redes sociais.

A chamada tocou o nervo central da Guatemala. O cansaço com a corrupção e os longos anos de chumbo e saque detonaram as adesões. Surgido do nada, o movimento conseguiu em poucos dias 35 mil seguidores no Facebook. A mídia prestou atenção a eles. As redes vibravam com sua convocação. Transformaram-se no assunto principal das conversas. Os políticos não compreendiam o que estava acontecendo. Algo inédito começava a reverberar.

O primeiro ato de protesto superou qualquer expectativa. Às 15h do sábado, 25 de abril, dezenas de milhares de pessoas bateram panelas e frigideiras e tocaram apitos no parque. "Depois recolheram com suas próprias sacolas os detritos, para deixar tudo limpo", lembra Mendizábal, que pela primeira vez fala com seu nome e sobrenome. Em um território com 60% da população na pobreza e uma taxa de homicídios 50 vezes maior que a espanhola, havia nascido a esperança. "Deram ao país uma alegria que não existia mais", lembra a comissária da ONU na Guatemala, Valerie Julliand.

O primeiro golpe foi devastador para o governo. Uma sociedade civil inexistente até então havia despertado. A vice-presidente se demitiu e, em plena euforia, o grupo de amigos decidiu seguir em frente. Não estavam sós. Universitários, agricultores, empresários, associações cívicas aderiram aos sábados de protesto. A onda expansiva parecia não ter fim. "Ao vê-los, voltei a acreditar e aderi. Não importava a ideologia ou a idade, só importava que havia um futuro para a Guatemala", conta Iduvina Hernández, 60, uma ativista que nos anos 1970 sofreu na carne a repressão militar

Alérgicos a dar seus nomes, o grupo original, depois de uma reorganização interna, passou a pedir a renúncia do presidente e criou um novo lema: #JusticiaYa (justiça já). Para evitar qualquer tentação de liderança, em seus atos não havia roteiros. Eram transversais e exibiam pluralidade. "Quiseram nos enquadrar como pós-indignados do 15-M. Mas cada país tem suas características. Aqui foi a corrupção, na Espanha, a crise. Nós tentamos ser o mais abertos possível, que nossas demandas não sejam predeterminadas pela ideologia", explica Álvaro Montenegro, 27 anos, ecologista, estudante de direito e organizador desde a primeira hora. "Descobrimos que as pessoas comuns podem tomar a iniciativa e fazer valer seus direitos, basta ser transparente e honesto", resume Mendizábal.

Em seu avanço, a Primavera do Descontentamento contou com um aliado incorruptível: a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig), um órgão especial amparado pela ONU. Sob o comando do implacável Iván Velásquez, o juiz cujas investigações levaram à prisão na Colômbia cerca de 50 congressistas, esse organismo penetrou as entranhas do escândalo aduaneiro, até que em 21 de agosto passado acusou o presidente Pérez Molina de ser o verdadeiro líder da trama. Suborno, fraude, associação ilícita.

Foi o pontapé final. No dia seguinte, uma imensa multidão clamou por sua renúncia no Parque da Constituição. A sacudida teve réplicas em todo o país. A onda de indignação deixou claro com quem estava a cidadania. O general havia ficado sem defesas. Seus aliados lhe deram as costas. Na quarta-feira, foi destituído do cargo. No dia seguinte, a promotoria pediu sua captura e pouco depois o juiz ordenou sua prisão. A Guatemala havia derrubado seu presidente. A mensagem postada no Facebook por Lucía Mendizábal naquela noite de 16 de abril havia encontrado resposta.


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