Por: João Conceição, Marilene Maia | 04 Novembro 2016
Os temas da violência e segurança foram pautas do 2º Seminário do Observatório da Segurança Cidadã de Novo Hamburgo - ODSC, que aconteceu no dia 17 de outubro de 2016. O seminário tematizou sobre os resultados e os desafios na gestão da informação para o controle e a prevenção da violência letal e dos crimes violentos. O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, esteve presente e reuniu algumas informações sobre as realidades da violência no município de Novo Hamburgo disponibilizadas pelo ODSC.
O número de homicídios – quando alguém é assassinado – tem aumentado no município de Novo Hamburgo. Os dados do primeiro semestre de 2009 mostram que esse tipo de crime saltou de 37 para 78 no primeiro semestre de 2016. Quando se analisam os dados acerca do latrocínio, o homicídio com objetivo de roubo, ou roubo seguido de morte ou de graves lesões corporais à vítima, os dados indicam a não ocorrência desses casos no primeiro semestre de 2016.
Já o número de furtos de 2012 a 2015 apresentou queda em Novo Hamburgo. Ao ser comparado com os maiores municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA, percebe-se que Novo Hamburgo fica atrás de Porto Alegre e Canoas, perdendo para São Leopoldo no número de furtos. Por outro lado, o número de roubos nesses municípios cresceu bastante entre 2012 e 2015. Apesar de significativo o número de roubos, Novo Hamburgo segue na mesma tendência apresentada quanto ao número de furtos.
Em uma perspectiva diferente dos municípios mais populoso da RMPA, o número de furtos de veículos apresentou uma pequena queda no município de Novo Hamburgo, embora seja o segundo município dentre os analisados com o maior número de furtos de veículos. Entretanto, o número de roubos de veículos entre 2012 e 2015 cresceu no município.
Os dados da publicação do ODSC ainda mostram a violência contra a mulher e a violência na escola de 2014 e 2015. O feminicídio consumado e tentado foi denunciado por 65 mulheres em Novo Hamburgo. Dentre essas, 72,30% tinham até 45 anos de idade, sendo que 26,20% das mulheres tinham entre 30 e 40 anos de idade. Somente 26,20% dos casos têm na ocorrência inicial o conflito de casais, enquanto 41,20% dos casos têm motivação desconhecida. Além dessas informações, os dados informam que 46,20% das mulheres possuem ensino fundamental.
Entre as ações para o enfrentamento às violências está o Registro On-line de Violência na Escola – ROVE, que foi lançado em 30 de maio de 2016. Em 30 escolas municipais de ensino fundamental de Novo Hamburgo, durante os três meses de existência, o ROVE registrou 242 situações entre alunos e alunas. Os dados mostram que 38,80% dos casos aconteceram com meninas, sendo que mais da metade delas têm entre 6 e 7 anos de idade. Somente a agressão verbal representa 38,40% dos casos; quando se consideram apenas as meninas, o percentual aumenta para aproximadamente 47% dos casos. Em percentuais menores, a humilhação aparece com 5,40% de todos os casos e 8,40% quando se consideram apenas as meninas.
No caso do bullying, esse tipo de violência acontece em 11,60% dos casos. Considerando apenas as meninas esse percentual sobe para 19,30%. A principal queixa do bullying tanto para meninos e quanto para meninas são as brincadeiras de mau gosto. O machismo apareceu em 12,50% das motivações. A resolução desses conflitos para as meninas acontece através da participação dos pais em diferentes espaços na escola.
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Violência no Vale do Sinos: um olhar sobre Novo Hamburgo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU