28 Junho 2024
Salvar a vida marinha, acabar com a contaminação de plásticos e aplicar a ciência na tomada de decisões. Esse o resumo da Declaração de Paz para os Oceanos, assinado por 26 países da América Latina, convocados pela Costa Rica, que se reuniram dias 7 e 8 de junho numa cúpula preparatória para o encontro em Nice, na França, em junho de 2025, chamado pela ONU.
A reportagem é de Edelberto Behs.
O documento, informa Carlos Gutiérrez, do Portal Connectas, contém 12 enunciados vinculados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, que buscam uma economia azul e soluções com base na natureza. O Brasil foi um dos signatários do documento.
A saúde do oceano “é a nossa saúde; seu bem-estar é nosso bem-estar”, enfatiza a jornalista Katiana Murillo, especializada em alteração climática. Os mares estão sofrendo os efeitos da ação humana.
No ano passado, foi registrado um dos maiores aumentos de temperatura de oceanos, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O aquecimento das águas aumenta o nível do mar no planeta, numa taxa que duplicou nos últimos 30 anos e continua em aceleração. Antes do final do século, a ilha de Cuba poderá perder 10% do seu território por causa do fenômeno.
A Unesco identificou cerca de 500 zonas mortas oceânicas no planeta, onde “quase não há vida marinha por causa da diminuição do oxigênio na água”. Também constatou o aumento de acidez da água, “derivada do excesso de CO2 proveniente da emissão de combustíveis fósseis”.
A pesca indiscriminada e a concentração de lixo nos mares são outros problemas que dependem da ação humana. No Pacífico Norte foi detectada uma massa flutuante de plástico com uma superfície quase equivalente ao tamanho do México. No Atlântico Norte há outra concentração com mais de 200 mil fragmentos de plástico por quilômetro quadrado.
O “Atlas América Latina e Caribe”, editado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e pela SciencesPo, define os oceanos como “verdadeiras bombas de carbono”, pois absorvem entre 25% a 30% das emissões de CO2 do planeta.
O dado positivo, aponta Gutiérrez, é que o Convênio sobre a Biodiversidade propôs, em 2010, salvaguardar 10% das zonas marítimas e costeiras até 2020 em escala global. A América Latina chegou a alcançar 24,4%, ao passar de menos de 1 milhão a mais de 5 milhões de quilômetros quadrados de área marinha protegida.
Leia mais
- É preciso estar atento aos rumos do plástico
- Cinco empresas produzem 12% do lixo plástico encontrado no planeta
- Economia circular reduz impacto do plástico no meio ambiente. Artigo de Alessandra Zambaldi
- Economia circular: conheça maneiras simples de contribuir para o futuro sustentável
- Economia circular é a saída para acabar com o lixo do mundo!
- Economia circular e a transformação de produtos em serviços
- Qual a relação entre degradação ambiental e as novas epidemias?
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
É hora de dar paz aos oceanos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU