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“Tinha muito peixe morto”, relata barqueiro sobre a seca no Acre

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06 Outubro 2023

José Mendes diz nunca ter visto, nos últimos 25 anos, uma mortandade como essa causada pela estiagem extrema na região; fenômeno que atinge a Amazônia compromete a alimentação de milhares de famílias.

A reportagem é de Hellen Lirtêz, publicada por Amazônia Real, 03-10-2023.

Na comunidade “Vai quem quer”, às margens do rio Amônia, no Acre, o barqueiro José Mendes registrou algo que nunca presenciou em mais de 25 anos: uma mortandade de peixes sem igual. As altas ondas de calor que atingem a Amazônia já colocam a região em torno de Marechal Thaumaturgo (AC) em alerta para estiagem extrema. “A gente passou três meses e alguns dias sem dar uma chuva e a água esquentou muito. A água é muito quente”, relatou Mendes.

A mortandade de peixes se estende para além do rio Amônia, que desaguá no rio Juruá. A onda de calor nas águas atinge também o rio Breu, na fronteira Brasil-Peru (sua margem direita é o Brasil e a esquerda, o Peru). O barqueiro relatou que em um dia foi pescar e se deparou com a cena dramática: “Tinha muito peixe morto e morreu muito, não é só aqueles do vídeo, morreram muito mais peixes.” Para quem sobrevive do pescado, os prejuízos são enormes, porque de uma hora para outra ninguém mais saiu para pescar.

O rio Juruá nasce no Peru, passa pelo Acre e deságua no rio Solimões, no Amazonas. Essas duas fontes hídricas, que são de grande importância para a Amazônia, têm sofrido com as altas temperaturas e secas severas. Os fenômenos fenômenos climáticos como o El Niño (aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico), são agravados pelas queimadas e pelos desmatamentos. A hidrovia é vital para diversas comunidades que moram em suas margens, em especial ribeirinhos e populações indígenas.

Os municípios que margeiam o Juruá e estão em situação de alerta são Cruzeiro do Sul, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves, no Acre; e Eirunepé, Itamarati, Carauari, Juruá, Ipixuna e Guajará, no Amazonas. Segundo a Defesa Civil, diante desse quadro, os governos precisam dar resposta humanitária para escassez de água potável, alimentos e apoio econômico.

No último boletim divulgado no dia 29 de setembro, o Serviço Geológico do Brasil, ligado ao Ministério de Minas e Energia, informou que as chuvas na bacia do rio Juruá estão em déficit por causa dos fenômenos El Niño e aquecimento anômalo das águas superficiais do Atlântico Tropical Norte. “Esses fenômenos climáticos inibem a formação de nuvens e por consequência redução dos volumes de chuva observados”, diz o relatório, que não aponta quando a estiagem irá continuar.

Calor a exaustão

No registro acima, imagem de satélite do rio Amônia, afluente do rio Juruá (AC), da esquerda para direita, registro de fevereiro de 2023 e setembro de 2023. (Foto: Reprodução)

Além da situação de seca em que os rios se encontram, provocando a mortandade de peixes em escala jamais vista, as queimadas também têm sido comuns na região e contribuído para o aumento da temperatura. Desde o início do mês de setembro o líder indígena Ashaninka Benki Pyãko tem denunciado em suas redes sociais a mortandade dos peixes e que se estendeu por grande parte do rio Amônia, incluindo a Terra Indígena, a Aldeia Apiwtxa.

“As pessoas ainda estão queimando a floresta, queimando as fazendas de gado. E sabemos que tudo isso tem consequências de várias maneiras. E pela nossa experiência, a gente teve um problema uns 6 anos atrás, da mesma forma quando teve muita queimada, e aí morreu muita arraiá, surubim, jundiá, peixe grande. E esse ano, de ontem para hoje, a gente viu que nessa praia aqui tem muito urubu. E a gente acha que foi por causa das queimadas, que acaba tirando o oxigênio dos rios, das águas e aí os peixes acabam morrendo”, diz Pyãko.

Para a doutora em Química na Agricultura e no Ambiente Eliete Sousa, professora da Universidade Federal do Acre (Ufac) e coordenadora do Curso de Ciências Biológicas, a região do Juruá é bem diferenciada por possuir uma tipologia acostumada com chuvas constantes, mesmo quando em outras regiões do Acre enfrentam períodos de seca severa. Segundo ela, essas alterações climáticas trazem consequências graves como a mortandade de peixes e demais animais de ambientes aquáticos.

“O aumento da temperatura da água tende a diminuir as concentrações de oxigênio dissolvido na água. Isso porque a elevação da temperatura aumenta os processos de decomposição de matéria orgânica dentro do sistema. Decomposição consome o oxigênio. Além disso, em temperaturas mais altas o oxigênio se torna mais difuso, ou seja, perde-se mais oxigênio para a atmosfera. Essa difusão ainda é mais pronunciada em ambiente com coluna d’água diminuída “, explica a professora Eliete Sousa.

Falta água potável

No município de Marechal Thaumaturgo (a 558 quilômetros da capital Rio Branco), vivem 17 mil pessoas. A água distribuída nas casas da cidade é do rio Amônia. O sistema de captação e distribuição é feito pelo governo do Estado por meio do Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre). Os moradores têm sofrido com a falta de água para atividades básicas como lavar a louça e tomar banho.

De acordo com a pesquisadora da Ufac, o desafio mais imediato é a falta de água, que impacta as necessidades básicas da população, mas também reverbera em diversas esferas da vida cotidiana. A agricultura, uma parte vital da economia local, enfrenta perdas substanciais. Relatos recentes destacam que muitos produtores estão perdendo suas colheitas, pois a irrigação se torna inviável na ausência de água.

“Somos totalmente dependentes aqui dos nossos rios para abastecimento de água”, afirma Eliete. A pesquisadora lembra que algumas pessoas até têm os seus poços artesianos em casa, mas mesmo para elas ocorre a diminuição do lençol freático, comprometendo o abastecimento para consumo próprio.

De acordo com a Defesa Civil Municipal de Rio Branco, a previsão de chuva para outubro no Estado é de 150,9 milímetros de água. No último domingo (1), choveu 45 milímetros. Isso significa que ainda há muitos dias de resistência à seca e ao calor extremo.

Ebulição climática

De janeiro a setembro deste ano, houve um total de 4.725 focos de incêndio, segundo dados do satélite de referência (AQUA Tarde). E os municípios que lideram esse ranking pertencem à região do juruá. Em primeiro lugar destaca-se o município de Feijó com total de 1.025 focos, seguido de Tarauacá (810), Cruzeiro do Sul (455), Rio Branco (327), Sena Madureira (309), Rodrigues Alves (208) e Marechal Thaumaturgo (195).

A luta pela preservação da floresta é constante, como conta Pyãko Benki, que continuamente busca proteger o centro Yorenka Tasorentsi. Esse instituto de conservação, há pouco tempo, foi invadido pelas chamas e que, segundo ele, continua a sofrer ameaças. O Corpo de Bombeiros do Acre informou que houve um aumento no foco de queimadas na região e que a terra índigena que abriga o centro foi atingida pelo fogo.

“O incêndio começou nas imediações da terra dele e a gente esteve lá e fez a contenção e o combate. Nós tivemos alguns focos lá nessa mesma oportunidade e brigadistas da prefeitura estiveram no local e foi feito o combate de todos os focos e controlamos a situação”, disse o capitão Freitas, responsável por coordenar as operações no local.

Benki faz um apelo para a adoção de políticas ambientais de forma efetiva na região, sobretudo em um contexto de eventos climáticos mais recorrentes. “Um político não precisa ficar apenas falando sobre o que vai fazer. Ele deve estar falando de todos os sistemas que abrangem a cidade. E quem tem a responsabilidade de olhar é a saúde, porque não se trata só de tratar essa água para colocar ali para a população beber”, explica o líder indígena.

No município de Mâncio Lima, está localizada a aldeia “Vaka Visu”, às margens do rio Moa. A terra indígena também está sendo afetada pela estiagem, que reduz a produção de frutas e já enfrenta a falta d’água potável. “As melancias, as plantações devido não ter água, não deram, não carregaram”, lamenta o cacique Paulo Nukini. Os porcos, criados de forma natural, soltos, não podem sequer fuçar a terra de tão seca que se encontra. Os animais já mostram sinais de magreza. Ele estima que 80% da população esteja enfrentando o drama da estiagem. “Quem mora em igarapé meno, está até sem beber água. Ela já está ficando ruim, porque não tem água potável.”

Estiagem do rio Acre, na capital Rio Branco. (Foto: Alexandre Cruz Noronha | Sema-AC)

O cacique Paulo Nukini compartilha do mesmo sentimento de Benki em relação às altas temperaturas. Em entrevista, ele expôs que as comunidades não têm conseguido mais trabalhar depois das 10 horas, tampouco retornar aos afazeres até 15 horas da tarde por causa do sol escaldante. E as canoas, principal meio de transporte, não têm conseguido escoar as produções, um problema que só tende a agravar nas próximas semanas.

O governo do Acre divulgou uma nota informando que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) está acompanhando a mortandade dos peixes no rio Amônia. “Infelizmente não é um caso isolado e outros estados da Amazônia também enfrentam a mesma situação, o que vem sendo debatido na Sala de Crise da Região Norte, da Agência Nacional de Águas (ANA), a qual integramos por meio da nossa Sala de Situação, com monitoramento hidrometeorológico, da qualidade do ar, queimadas e outros”, diz a nota.

*Essa reportagem é financiada pela Fundação Roddick.

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