11 Agosto 2023
O Papa Francisco pediu nesta quinta-feira ao mundo que "não fique indiferente" a "tragédias" como o último naufrágio no Mediterrâneo Central, no qual 41 pessoas morreram quando o frágil barco em que viajavam da cidade tunisiana de Sfax virou.
A reportagem foi publicada por Religión Digital, 10-08-2023.
"Recebi com tristeza a notícia de um novo naufrágio de migrantes no Mar Mediterrâneo. Não fiquemos indiferentes a essas tragédias e rezemos pelas vítimas e suas famílias", escreveu o pontífice em sua conta no Twitter.
He recibido con dolor la noticia de un nuevo naufragio de migrantes en el mar Mediterráneo.
— Papa Francisco (@Pontifex_es) August 10, 2023
No permanezcamos indiferentes ante estas tragedias y recemos por las víctimas y sus familiares.
De acordo com os testemunhos dos quatro sobreviventes – um menor de 13 anos desacompanhado, uma mulher e dois homens – resgatados por um navio mercante e trazidos em segurança esta quarta-feira em Lampedusa (sul) pela Guarda Costeira italiana, 41 pessoas estão desaparecidas, incluindo 3 crianças, depois de o naufrágio ter ocorrido entre 3 e 4 de agosto.
Na sequência do naufrágio, a ONU apelou a "mecanismos coordenados de busca e salvamento e vias seguras e legais para a migração e o asilo", depois de recordar que "há poucos dias uma mãe e uma criança já tinham perdido a vida" ao largo de Lampedusa.
No sábado passado foram registados outros dois naufrágios junto à ilha italiana em que morreram 34 pessoas, embora apenas três corpos tenham sido resgatados no meio de uma forte tempestade e foram também os 57 resgatados que explicaram que os seus companheiros de viagem tinham caído no mar.
"Nos últimos seis meses, 903 migrantes morreram, incluindo 289 crianças, tentando chegar à Itália", escreveu o escritor Roberto Saviano nas redes sociais, acusando o governo italiano de "parar ONGs e impedir uma patrulha que a Guarda Costeira e (o serviço de vigilância europeu) Frontex não podem realizar".
Negli ultimi sei mesi sono morti 903 migranti, dei quali 289 bambini, nel tentativo di arrivare in Italia. Oltre 40 persone sono annegate nel canale di Sicilia.
— Roberto Saviano (@robertosaviano) August 9, 2023
Ci avevano detto che erano le #ONG a incentivare le partenze. C’avevano detto che togliere le ONG, le ambulanze del… pic.twitter.com/oNcFhm56Uc
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações, mais de 1.800 pessoas já estão mortas e desaparecidas ao longo da rota, que continua entre as mais movimentadas e perigosas globalmente, com mais de 75% das vítimas no Mediterrâneo nos últimos dez anos.
De acordo com os últimos dados do Ministério do Interior italiano, quase 94.000 migrantes desembarcaram nas costas italianas até agora este ano, mais do que o dobro dos quase 45.000 no mesmo período do ano passado.
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Francisco pede: “não ficar indiferente” após naufrágio com 41 migrantes mortos no Mediterrâneo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU