Liberdade de imprensa sofre ameaças em sete de cada dez países do mundo. Artigo de Edelberto Behs

Foto: Pixabay

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

18 Mai 2023

"A edição do Ranking [Mundial de Liberdade de Imprensa] deste ano destaca os efeitos fulminantes da indústria de conteúdos falsos no ecossistema digital sobre a liberdade de imprensa", escreve Edelberto Behs, jornalista.

Eis o artigo.

Com a saída de Jair Bolsonaro do governo, cujo mandato foi marcado por forte hostilidade contra jornalistas, o Brasil subiu 18 posições no Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa 2023, compilado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) que analisa o quadro em 180 países e territórios.

 O levantamento mostra que a situação da liberdade de imprensa é “muito grave” em 31 países, “difícil” em 42, “problemática” em 55, e “boa” ou “relativamente boa” em 52 países. Ou seja, as condições para o exercício do jornalismo são ruins em sete de cada dez países, frisa o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.

Pelo sétimo ano consecutivo, a Noruega aparece no topo de lista dos países onde a liberdade de imprensa é respeitada. Seguem a Irlanda, a Dinamarca, os Países Baixos. Na parte inferior da tabela constam o Vietnã (lugar 178), a China (179) e Coreia do Norte (180). A China é descrita como a “maior prisão para jornalistas do mundo e uma das principais potências exportadoras de conteúdo de propaganda”.

 A edição do Ranking deste ano destaca os efeitos fulminantes da indústria de conteúdos falsos no ecossistema digital sobre a liberdade de imprensa. Em 118 países, o levantamento apurou o envolvimento de atores políticos em seus países, envolvidos em campanhas massivas de desinformação ou propaganda de maneira regular ou sistemática.

“A diferença entre verdadeiro e falso, real e artificial, fatos e artefatos é tênue, pondo em risco o direito à informação. Capacidades de manipulação sem precedentes são usadas para enfraquecer aqueles que personificam o jornalismo de qualidade, ao mesmo tempo em que enfraquecem o próprio jornalismo”, relata o texto. As plataformas “são areia movediça para o jornalismo”.

RSF alerta que “a quinta versão da Midjourney, uma IA que gera imagens de altíssima definição, está alimentando as redes sociais com falsificações cada vez mais plausíveis e indetectáveis, como mostram as fotografias incrivelmente realistas de uma prisão brutal de Donald Trump, ou de Julian Assange em estado vegetativo, vestindo uma camisa de força, que viralizaram”.

 Esta foi a 21ª edição do Ranking, divulgado a cada ano por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio.

Leia mais