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A infinita doçura de Rafael. Artigo de Tomaso Montanari

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13 Mai 2023

A Madonna Sistina é o símbolo de uma beleza que todos podem ver imediatamente: talvez sem compreender suas implicações religiosas, históricas e políticas; mas podendo se espelhar naquele rosto.

O comentário é do historiador da arte italiano Tomaso Montanari, professor da Universidade Federico II, de Nápoles. O artigo foi publicado na revista Vita Pastorale, de maio de 2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Rafael pintou a “Madonna Sistina” entre 1513 e 1514. E foi como se a história da arte de três séculos, passada e futura, encontrasse um lar em um único quadro.

Há a força espiritual de um tríptico medieval, aquelas pinturas divididas em três partes, onde a Nossa Senhora está no centro, mais alta, e, dos lados, dois santos. Há a imaginação de Mantegna, nas asas muito coloridas dos anjinhos: enquanto em seus rostos, muito famosos, já está toda a leveza do século XVIII francês.

“Madonna Sistina”, de Rafael, óleo sobre tela, 1513-1514, Gemäldegalerie, Dresden (Foto: Wikimedia)

Há a cor de Ticiano, que culmina no vermelho do forro do pluvial de São Sisto. Há as nuvens suaves de Correggio. Há toda a graça complicada do maneirismo. Há a glória de anjos e de luz em que Gian Lorenzo Bernini dissolveria o muro de São Pedro no Vaticano, com sua Cátedra.

Mas há também o movimento do cinema. Porque a história é esta: alguém acabou de abrir a desgastada cortina verde pendurada naquela haste decadente. E eis também o muro da igreja de São Sisto, em Piacenza (para a qual ela foi pintada, permanecendo lá até 1754, e da qual tirou o nome).

Sentimos um vento quente que sopra em nossos rostos, despenteando os nossos cabelos: e, daquele abismo de luz, Maria e seu Menino vêm ao nosso encontro, pouco a pouco, descendo ao longo de um raio de sol.

Sisto aponta para nós e fala com Maria: pois bem, nesse preciso momento, ele está lhe dizendo os nossos nomes. Em poucos segundos, Maria colocará um de seus pés descalços sobre o altar (aquele onde Sisto depositou sua tiara): e depois estará conosco, no nosso espaço real. E em Maria está a doçura infinita de Rafael: que perdeu sua mãe quando tinha oito anos de idade e que, ao longo de sua vida, perseguiu a ternura dela nos rostos de cada Nossa Senhora.

Aqui, ele a encontrou: neste olhar pungente de quem está muito próximo de nós, mas está separado de nós.

Jesus também é uma criança de verdade, um pouco desconfortável: e, de fato, toca uma de suas pernas e nos olha perdido. Rafael tinha que recordar a morte do Papa Júlio II, que emprestou seu rosto a São Sisto. Ele tinha que pintar um quadro sobre a morte: mas criou o retrato da vida.

Ao longo dos séculos, as grandes obras de arte despertam uma viva resposta escrita: e o conjunto desses textos modifica para sempre a percepção das próprias obras. Assim, hoje eu não saberia mais olhar para a Madonna Sistina sem as palavras altíssimas de Vassilij Grossman. O escritor viu o quadro “na fria manhã de 30 de maio de 1955”, junto com as milhares de pessoas que o saudavam em Moscou na exposição que antecedia sua restituição à Alemanha Oriental.

Há um século, a Madonna Sistina entrou no imaginário russo por meio dos comentários sublimes de alguns dos maiores escritores daquele grande país, de Tolstói a Dostoiévski. Mas o olhar de Grossman foi além: “Finalmente ficou claro para mim que, de todas as obras capazes de tocar meu coração e minha mente – obras criadas a pincel, cinzel ou pena – apenas essa pintura de Rafael não morrerá enquanto o ser humano tiver vida. Com efeito, ainda que o ser humano tivesse que se extinguir, os seres que ocuparão seu lugar na terra – lobos, ratos, ursos ou andorinhas – virão, sobre suas patas ou com suas asas, admirar a Madonna de Rafael...”.

A literatura artística de todas as épocas e de todas as tradições fala de animais enganados por imagens mais vívidas e verdadeiras do que o vivo e o verdadeiro: mas aqui não se trata de força mimética. Trata-se da visão poética de um mundo inteiro que chora o desaparecimento do humano, reconhecendo nessa Madonna sua imagem mais elevada: em um encantamento não sensorial, mas moral. Quase como se apenas ali, naquele quadro, ainda tivéssemos toda a nossa dignidade de humanos, um pouco menor que a dos anjos.

Há uma passagem do Evangelho em que Jesus diz que Salomão, em todo o seu esplendor, não era tão belo quanto um lírio do campo: a Madonna Sistina parece ser realmente a única imagem humana capaz de ter aquela beleza natural e simples. Despojada. Mas capaz de ofuscar qualquer outra beleza: uma beleza que talvez só os animais, em sua comunhão íntima com o mundo natural, possam compreender plenamente.

Para Grossman, a Madonna Sistina é o símbolo de uma beleza que todos podem ver imediatamente: talvez sem compreender suas implicações religiosas, históricas e políticas; mas podendo se espelhar naquele rosto.

Não há cultura entre os humanos que não tenha algo que nós chamaríamos de arte: é da natureza humana criar beleza. E a Madonna Sistina torna-se o símbolo de uma língua comum mais veloz, mais avançada, mais instintiva do que qualquer política internacional.

Sempre pensei que o olhar inquieto daquele Jesus menino é uma espécie de imensa sondagem nas profundezas da nossa alma: somos realmente humanos? É isso que esse menino se pergunta: e a resposta o assusta e deve nos assustar.

Grossman escreve novamente: “A Nossa Senhora com o menino e o humano no humano: nisso reside sua imortalidade. A nossa época olha para a Madonna Sistina e intui o próprio destino. Cada época fixa o olhar nessa mulher com o menino nos braços, e entre seres humanos de gerações, povos, raças e séculos diferentes se instaura um sentimento de fraternidade, doce, comovente e doloroso ao mesmo tempo [...] Então eu entendi. A visão da jovem mãe com o menino no colo não evocava em mim um livro ou uma música. Treblinka... [...] A recordação de Treblinka reaflorou no meu coração sem que eu me desse conta...”.

A intuição de Grossman é a de ligar ao ápice da beleza humana o abismo da abjeção humana de todos os tempos! Nesse curto-circuito, a Madonna vence, porque é o sinal de que não deixamos morrer o humano no ser humano.

É uma leitura que nos interroga. Nós, que atravessamos um mundo dilacerado pela desumanidade, estamos conseguindo não deixar morrer o humano no ser humano?

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