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Seria o futebol o nosso popular?

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30 Novembro 2022

Uma certa casta intelectual precisa se dar conta de que a Seleção não se resume ao rapaz enrolado com o fisco. Ela saberia da existência de Richarlison, se não ostentasse diferença de classe com quem supostamente pretende emancipar.

O artigo é de Fran Alavina, professor da Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, vinculado ao Departamento de Ciências Humanas e Sociais da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Exatas (FACSAE) do campus do Mucuri e doutor em Filosofia pela USP, publicado por Outras Palavras, 28-11-2022.

Eis o artigo.

Antes da estreia da seleção na Copa, era difuso – principalmente no campo da esquerda – um falso dilema: devo, ou não torcer pelo Brasil? Como ultimamente a excitação política está sempre acompanhada de um moralismo espalhafatoso, as boas almas, de fato, nem se propunham com sinceridade o falso dilema, pois a resposta já estava dada por antecipação: “não devo torcer!”, “não vou torcer!”.

Era um imperativo moral, tanto que passível de um proselitismo quase religioso: “Como assim!? Você vai torcer para o Brasil?”; e, às vezes, até um espanto explicitamente condenatório: “Você acompanha futebol, você gosta!?”. Nas estrelinhas, chega-se a ouvir o que não é dito explicitamente: “Futebol é alienação das massas, é mais um ópio do povo”. Uma vez que já se teria alcançado a luz da plena desalienação, torcer pela seleção seria se afogar no poço do engano.

Atente nosso leitor que esse falso dilema tem uma variação estética: “devo, ou não usar a camisa verde-amarela?”. Como, na atualidade, tudo que é falso e superficial, mas se apresenta como sincero dilema ético se multiplica ao infinito, há até manual de como se vestir de verde-amarelo sem ser confundido com um fascista. Reparem que esse medo revela uma penúria política: se apenas a vestimenta pode me confundir com um fascista não seria porque minha fala, postura e toda gestualidade já não se diferencia mais? Ao invés de inventarmos “manuais de como usar camisa da seleção e não ser confundido com um fascista”, deveríamos nos perguntar o que se passa para que as coisas ocorram dessa maneira: no plano da confusão dos gestos e da adesão ingênua aos falsos dilemas morais.

No geral, essas frases senso comum de esquerda – pois como nos lembra Gramsci, há diversos tipos de senso comum, até mesmo entre aqueles que se acham completamente intelectualizados, portanto, acima de qualquer senso comum – ocorrem na medida em que se faz rapidamente uma indução vulgar: se toma o grupo de jogadores por aquilo que faz e diz um só deles, ou mesmo alguns deles. Se por um lado, isto é um sintoma da nossa miopia pós-moderna de centrar os objetos de nossas análises em um indivíduo como sempre representando perfeitamente os grupos dos quais faz parte; por outro lado, mostra um distanciamento da realidade mais cotidiana.

Trata-se de um diletantismo moral de fundo intelectual. Esta postura moralista diletante, típica de quem se considera único senhor das soluções das mazelas do mundo, faz de tudo que é da cultura popular algo menor, simplório e ingênuo. Até mesmo quando reconhece legitimidade, tende a compreender de modo a tutelar, colocando o universo popular dos afetos e compreensões de mundo no registro da relação subalterna de maioridade e minoridade intelectual. Estes esbanjadores de certo capital intelectual agem como participantes de uma casta, se enclausuram nos limites dos seus umbigos.

Consulte, leitor, sua memória recente e facilmente se recordará das bocas que pronunciam as expressões que citei no primeiro parágrafo. Na verdade, enquanto me lê, pode até estar ouvindo uma delas em simultâneo. Ocorre que logo na estreia da seleção, esta casta se deu conta que a nossa seleção não se resume apenas ao rapaz que tem problemas com o fisco de mais de um país. Esta casta saberia da existência de Richarlison, se não ficasse presa aos limites do seu umbigo, se não se esforçasse tanto em ostentar uma diferença de classe com quem pretensamente pretende emancipar. Não cairia em falsos dilemas se estivesse organicamente no mundo da vida e não apenas naquele das ideias.

Um outro exemplo desse espanto em descobrir um mundo que sempre esteve aí – por isso, este espanto chega a ser risível – ocorreu recentemente, quando as torcidas organizadas desobstruíram rodovias. Enxergaram, então, que as torcidas organizadas não se reduzem àquilo que a grande impressa diz delas: um bando de marginais arruaceiros. Se deram conta que sobre as organizadas pesam os piores preconceitos de classe que esse país engendra diuturnamente.

Isso que agora se observa na Copa não é novo. Ocorre desde sempre, pois parece que se fundou no Brasil uma tradição intelectual de esquerda que possui uma aversão – às vezes camuflada, outras vezes não – a tudo que é legítimo nacional-popular. Estes diletantes morais falam o tempo todo em contar a nossa história não mais no registro dos vencedores. Contudo, não reconhecem no futebol um elemento possível de driblar a história dos vencedores, posto não enxergarem que no futebol se funda uma rede de afinidades diferentes, pois sendo esporte, há uma determinação lúdica. Uma determinação que não se perdeu mesmo com a gourmetização dos estádios e a prevalência do modelo de torcedor-consumidor expresso na concepção de sociotorcedor.

Essa determinação lúdica é capaz de constituir um certo sentimento de orgulho, ainda que não elaborado conscientemente. Um sentimento talvez nostálgico: da admiração e respeito que sempre esperamos ter, mas que se choca com nossas antigas e novas mazelas político-sociais. Contudo, por ser lúdico, não estamos mais na artificialidade do discurso oficial que tenta dar à realidade nacional aquilo que ela não possui. Sendo lúdico, temos consciência que é jogo: mas se é assim no jogo, por que não na completude da vida?

Por estarmos na esfera do lúdico esportivo, não se opera diretamente com a noção de estado-nação. Ora, se operássemos com essa noção, teríamos justamente uma reafirmação da história dos vencedores: branca, elitista e de apagamento do elemento popular. Contudo, os elementos de um mundo nacional-popular insistem em ser protagonistas. Se impõem, sem pedir licença aos conceitos que tentam se antecipar ao coletivo.

Em qual país as pessoas protestam politicamente com a camisa da sua seleção de futebol? Se as nossas elites reacionárias o fazem hoje, é porque se deram conta da capacidade agregadora do símbolo; e, desde 2013 tentam roubá-lo na mão grande. Esses que hoje erroneamente são tidos por loucos, têm plena consciência que é um roubo cínico de algo que não foi construído pela classe de que fazem parte. Por isso, agora tentam dissociar o uniforme da seleção daquilo que ele é desde sua origem: um símbolo esportivo.

Há, contudo, no futebol e nas diversas práticas que lhe são solidárias (a gestualidade do torcer, por exemplo) um modo de contar nossa própria história que não é passível de captura completa pelas elites, mas que uma certa classe intelectual à esquerda prefere não enxergar, pois se quer a si mesma como única protagonista.

É preciso que esta classe não faça do torcer e das atividades lúdicas populares um interesse passageiro, assentado apenas nos gols de Richarlison, mas que seja capaz de repensar a si mesma e enxergar as crateras que cava entre si e o nacional-popular. Um passe na medida, como o que se faz a um bom centroavante, seria não apenas prestar atenção no mundo do futebol em tempos de Copa, mas estar nele sempre. É preciso torcer, e torcendo mudar o país.

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