27 Outubro 2022
O Patriarca de Moscou vê a Rússia como "uma ilha de liberdade" diante da Europa.
A reportagem é de Jesus Bonito, publicada por Religión Digital, 26-10-2022.
Quase ao mesmo tempo em que o Kremlin aceitava a proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, de pedir ao Papa Francisco uma tentativa de mediação entre Rússia, EUA, França e o patriarca de Moscou (sem contar, em princípio, a Ucrânia), o Kirill enterrou as expectativas atacando duramente o Ocidente e sua "ideologia do secularismo e da globalização", e defendendo o milagre russo como "uma ilha de liberdade".
Nesta terça-feira, durante a abertura da 24ª sessão do Conselho Mundial dos Povos Russos, Kirill apontou o "Ocidente" como culpado de todos os males, e veio justificar a "luta epocal entre o bem e o mal" para salvar a civilização humana, conforme relatado por Katholisch.de.
Para Kirill, o exemplo da Rússia permitirá ao resto do mundo "mudar o curso da história e evitar o fim apocalíptico global", liderado por uma globalização que "destrói os valores tradicionais". "No ocidente secular já é ofensivo chamar-se religioso", enfatizou.
Para o patriarca de Moscou, a globalização nada mais é do que "uma doutrina não religiosa na qual Deus não tem lugar". E isso se vê, segundo Kirill (algo em que, curiosamente, coincide ponto a ponto com os setores mais tradicionalistas e ultras da Igreja Católica), no reconhecimento legal de casais homossexuais, na prática da eutanásia e da engenharia genética. "Nossa tarefa comum é resistir a esses fenômenos", declarou.
Contra isso, a Rússia oferece "um estado moderno com ciência, tecnologia e educação avançadas, liderado por um presidente que testemunha abertamente sua fé". Além disso, no campo de batalha: não esqueçamos que Kirill ofereceu uma indulgência aos soldados de seu país que 'sacrificaram' suas vidas na guerra de invasão da Ucrânia.
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Kirill enterra as possibilidades de mediação perante o Ocidente e sua “ideologia do secularismo e da globalização” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU