17 Outubro 2022
No livro "Chiedo in nome di Dio", publicado recentemente, conversa entre o Papa Bergoglio e seu conterrâneo correspondente na Itália e no Vaticano Hernán Reyes Alcaide, o Papa Francisco faz uma resenha de alguns pontos de seus primeiros dez anos de pontificado, oferece seu olhar em primeira pessoa sobre dez temas que pede "em nome de Deus" e acrescenta também um epílogo para o Jubileu de 2025. A luta contra os abusos, a oposição à guerra, a economia e a política mundial são alguns dos temas do livro.
A reportagem é publicada por Il sismografo, 16-10-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
A lista das "orações":
- Eu vos peço em nome de Deus que a cultura do abuso seja extirpada da Igreja
- Eu vos peço em nome de Deus que protejamos a casa comum
- Eu vos peço em nome de Deus uma comunicação que combata as fake news e evite os discursos de ódio
- Eu vos peço em nome de Deus uma política que atue para o bem comum
- Eu vos peço em nome de Deus que se pare a loucura da guerra
- Eu vos peço em nome de Deus que as portas sejam abertas aos migrantes e refugiados
- Eu vos peço em nome de Deus que seja favorecida e incentivada a participação das mulheres na sociedade
- Eu vos peço em nome de Deus que seja permitido e sustentado o crescimento dos países pobres
- Eu vos peço em nome de Deus que seja garantido a todos o direito à saúde
- Eu vos peço em nome de Deus que seu nome não seja usado para fomentar guerras
"Eu vos peço em nome de Deus que coloquem um fim à loucura cruel da guerra". Este é o apelo do Papa Francisco em seu livro “Vi chiedo in nome di Dio. Dieci preghiere per un futuro di speranza" (Eu vos peço em nome de Deus: dez preces por um futuro de esperança), do qual La Stampa antecipa um trecho. “Sua persistência entre nós”, escreve, é “o verdadeiro fracasso da política”. E dirige-se às “autoridades locais, nacionais e mundiais”: “deles dependem as iniciativas apropriadas para parar a guerra. E a eles, fazendo este meu pedido em nome de Deus, peço também que se diga um basta à produção e ao comércio internacional de armas" e que a arma atômica seja extirpada do planeta: “A existência de armas nucleares e atômicas coloca em risco a sobrevivência da vida humana na terra”.
O Papa parte do conflito na Ucrânia, que colocou o Ocidente diante da evidência e "nos mostrou a maldade do horror bélico". Depois estende a sua invocação a todas as guerras em curso, pede "às autoridades políticas que ponham termo", "não manipulem as informações e não enganem os seus povos para atingir os objetivos bélicos".
"Não existe ocasião", ele convida a refletir, "em que uma guerra possa ser considerada justa. Nunca há espaço para a barbárie bélica. A guerra é também uma resposta ineficaz: nunca resolve os problemas que pretende superar", observa o Papa. Por acaso o Iêmen, a Líbia ou a Síria, para citar alguns exemplos contemporâneos, estão melhor do que antes dos conflitos?”
O Pontífice indica o caminho para uma solução: "são necessários diálogo, negociações, escuta, habilidade e criatividade diplomática, e uma política clarividente capaz de construir um sistema de convivência que não se baseie no poder das armas ou na dissuasão".
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Livro do Papa Francisco “Eu vos peço em nome de Deus”: “Parem a loucura da guerra, não existe uma guerra justa” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU