O Papa Francisco envia os cardeais Krajewski e Czerny à Ucrânia. Santa Sé detalha a missão

Cardeais Konrad Krajewski e Michael Czerny (Foto 1: lvivadm | Wikimedia Commons; Foto 2: Juan della Torre | Wikimedia Commons)

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08 Março 2022

 

A Santa Sé se colocou a serviço da instauração da paz na Ucrânia. Em um gesto extraordinário, o Papa Francisco anunciou no Angelus da Praça São Pedro, no domingo, 06 de março, que enviou dois cardeais como expressão da solidariedade da Igreja com o sofredor povo ucraniano: o cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro apostólico, e o cardeal Michael Czerny, prefeito interino do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

 

A informação é publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, 07-03-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

O cardeal Krajewski chega à fronteira entre a Polônia e a Ucrânia na segunda-feira, 07 de março, e o cardeal Czerny à Hungria na terça-feira, 08 de março, para visitar alguns centros de acolhimento aos migrantes procedentes da Ucrânia. Ambos se dirigem à Ucrânia e dependendo da situação chegarão ao país nos próximos dias.

 

Os cardeais levarão ajuda aos necessitados e serão “a presença não só do Papa, mas de todo o povo cristão que quiser se apresentar e dizer: ‘A guerra é uma loucura! Por favor, pare! Veja a crueldade!' Rios de sangue e lágrimas correm na Ucrânia. Esta não é apenas uma operação militar, mas uma guerra, que semeia morte, destruição e miséria”.

 

O Papa Francisco afirmou: “O número de vítimas está aumentando, assim como as pessoas que estão fugindo, especialmente mães e crianças. Naquele país conturbado, a necessidade de ajuda humanitária cresce dramaticamente a cada hora. Apelo urgentemente para que os corredores humanitários sejam realmente seguros e o acesso de ajuda às áreas sitiadas garantido e facilitado, a fim de fornecer alívio vital aos nossos irmãos e irmãs oprimidos pelas bombas e pelo medo. Agradeço a todos aqueles que acolhem os refugiados. Acima de tudo, imploro que os ataques armados cessem, que as negociações prevaleçam – e o bom senso prevaleça – e que o direito internacional seja respeitado novamente”.

 

Esta última ação do Papa Francisco também pretende chamar a atenção para as muitas situações semelhantes em todo o mundo. Como disse o Santo Padre no domingo anterior: “Com o coração partido por tudo o que acontece na Ucrânia – e não esqueçamos a guerra em outras partes do mundo, como Iêmen, Síria, Etiópia... –, repito: que se calem as armas! Deus está com os pacificadores, não com aqueles que usam a violência” (Angelus, 27-02-2022).

 

O cardeal Czerny continuará apontando a triste semelhança entre os sofrimentos dos ucranianos e os conflitos de longa data que já não chamam a atenção do mundo. Além disso, ele levantará sua preocupação de que os residentes africanos e asiáticos da Ucrânia, que também sofrem de medo e deslocamento, possam buscar refúgio sem discriminação. Há também relatos preocupantes sobre o aumento das atividades de tráfico de seres humanos e a entrada ilegal de imigrantes nas fronteiras e nos países vizinhos. Como a maioria dos que fogem são crentes, ele argumentará que a assistência religiosa deve ser oferecida a todos, com sensibilidade às diferenças ecumênicas e inter-religiosas. Finalmente, nos esforços louváveis para dar respostas humanitárias e organizar corredores humanitários, há uma grande necessidade de coordenação, boa organização e uma estratégia compartilhada, para abranger o sofrimento das pessoas e fornecer ajuda eficaz.

 

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