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Irmã Josée Ngalula, teóloga africana da Comissão Teológica Internacional, diz que “omertà” está perpetuando a crise de abusos sexuais na Igreja

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01 Dezembro 2021

 

A palavra italiana “omertà” significa um “código de silêncio” imposto ou código de honra dentro de um grupo particular, usualmente uma família do crime organizado, como a Máfia.

Isso também significa uma recusa a divulgar os segredos do grupo para outsiders, especialmente às autoridades civis ou investigadores.

Infelizmente, uma cultura de silêncio, como a omertà, também existe dentro da Igreja Católica e, de acordo com a irmã Josée Ngalula, isso permite aos perpetradores de violentarem sexualmente – crianças, adolescentes, religiosas e adultos vulneráveis – para manter suas vítimas sob controle.

Ngalula, que é uma Irmã de Santo André, vem da República Democrática do Congo, e é a primeira mulher africana a ser membro da Comissão Teológica Internacional – CTI.

Professora de teologia dogmática em vários institutos na África, ela também provê acompanhamento pastoral às vítimas de abusos sexuais na Igreja.

Nesta entrevista, a irmã Josée analisa as causas da omertà e o que a Igreja e o continente africano podem fazer para ajudar a parar esse mortal código de silêncio.

 

A entrevista é de Lucie Sarr, publicada por La Croix Africa, 30-11-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

Eis a entrevista.

 

A violência contra as mulheres também ocorre na Igreja. Casos de abuso sexual são relatados dentro de congregações religiosas femininas, bem como em grupos e associações, mas é difícil falar abertamente. Quais são as causas da omertà?

A principal causa é cultural, em três níveis.

Em primeiro lugar, falar publicamente sobre questões sexuais ainda é um tabu na maioria dos ambientes africanos: denunciar e acusar implica que se conte o que aconteceu e isso bloqueia a maioria das vítimas.

Em segundo lugar, na África, as pessoas são educadas para dar prioridade à honra da comunidade, do grupo: as vítimas temem que, ao falar, manchem a honra da Igreja, da congregação.

Há até quem pense que denunciar é também manchar a honra da própria família biológica.

Porque, culturalmente, o estupro é equiparada a uma espécie de adultério, ou seja, a uma ofensa cometida pela vítima. Na verdade, muitas vezes dizem às vítimas de estupro: “Você mesmo causou isso...!”.

Também há vítimas que não falam porque temem que sua congregação as acuse de prejudicar sua reputação.

Terceiro, existe um tipo de crença popular (inconsciente ou consciente, dependendo do indivíduo) de que “um líder está sempre certo”.

Portanto, se o agressor é um bispo, um padre ou uma freira em posição de autoridade (que abusa de suas noviças, por exemplo), ou outra pessoa em posição de autoridade na Igreja, as vítimas têm medo de acusá-los.

Acham que serão ridicularizados durante o confronto, pois é a falsa versão do acusado que será aceita.

A causa secundária é a própria organização da vida religiosa. Em várias congregações do continente africano, a questão da virgindade física é um dos critérios para a “vocação religiosa”.

Consequentemente, assim que a vítima reclama de ter sido estuprada, a primeira reação é imaginar que ela perdeu a virgindade e, então, humilhá-la. O mesmo se aplica ao risco de gravidez.

Esse medo de serem expulsos do convento leva muitos a ficarem quietos e sofrerem em silêncio.

 

Que tipo de soluções existem para prevenir o abuso e a violência contra as mulheres nas estruturas da Igreja?

A primeira solução é divulgar amplamente a posição oficial da Igreja Católica sobre a questão da violência contra as mulheres.

A fé cristã e a doutrina católica ensinam que a violência sexual é um ato de grande maldade humana.

Por trás da maldade humana que envolve o corpo humano está a falta de consideração pela dignidade do outro como pessoa humana.

Na fé cristã, violentar o ser humano (mulher e homem) é tocar no próprio Deus: “Tu o fizeste a mim” (Mt 25,40).

Para que isso aconteça, todas as camadas da Igreja devem se comprometer com pelo menos as seguintes ações:

 

1) Parar de banalizar a violência sexual: até mesmo um ato de violência sexual destrói a pessoa. Deixar claro que, para a fé cristã, a violência sexual é um pecado extremamente grave. Não é uma simples violação do 6º mandamento, mas um verdadeiro crime contra a humanidade.

2) Parar de silenciar os gritos das vítimas.

3) Parar de culpar as vítimas.

4) Parar de pregar uma compreensão do perdão que obscurece a dimensão criminal da violência sexual e não envolve justiça.

5) Parar de proteger e “desculpar” os perpetradores.

6) Desobstruir a mentalidade que banaliza a violência em geral: uma pessoa acostumada a humilhar o próximo com insultos, tapas e outros golpes é um potencial “abusador sexual”.

7) Desobstruir a mentalidade cultural que objetifica o ser humano e sua sexualidade, que considera o sexo do próximo como um “objeto a ser consumido” ou um “brinquedo”.

8) Trabalhar para erradicar a “cultura do silêncio”, multiplicando ambientes de escuta seguros, onde as pessoas possam falar com segurança sobre a agressão sexual sem se sentirem estigmatizadas, julgadas e com a garantia de não serem punidas pelo agressor.

9) Lutar contra qualquer ideologia que hierarquize as diferenças humanas: diferenças sexuais, diferenças geracionais, diferenças de status social.

10) Atacar a cultura da sacralidade da autoridade, tanto para clérigos quanto para leigos.

 

A segunda solução é criar espaços seguros para as vítimas se manifestarem, para denunciarem com total segurança, com acompanhamento psicossocial e espiritual que começa por libertá-las dos diversos medos culturais e institucionais que as impedem de se manifestar.

 

Na França, a Comissão Independente sobre Abuso Sexual na Igreja publicou seu relatório. As igrejas africanas também deveriam estabelecer tais comissões para fazer progresso?

A Igreja na África pode criar essas comissões com uma condição: elas precisam trabalhar em profundidade sobre o que impede as vítimas de se manifestarem e, acima de tudo, punir os autores de acordo com a lei da Igreja.

Sem sanções exemplares e eficazes, as denúncias são inúteis.

Na minha humilde opinião, a prioridade atual é atacar a cultura do silêncio, o que significa que, apesar da presença de comissões, as vítimas não falarão.

Essa cultura do silêncio tem três faces.

Em primeiro lugar, existe a modéstia em torno das questões sexuais: as vítimas têm vergonha de falar sobre isso.

E se ousarem falar sobre isso, são aconselhados a ficar calados.

Os agressores se aproveitam do fato de que não se fala mais nisso para continuar vitimando as pessoas.

Em segundo lugar, existe um sentido de honra excessivamente forte: cala-se para preservar a honra da sua família, da sua igreja ou mesmo da sua própria honra (para não ser estigmatizado como “sujo”, “impuro”, desviante, etc. )

Finalmente, há silêncio por medo de ser punido ou ridicularizado pelo perpetrador.

Essa “cultura do silêncio” permite que os perpetradores de violência sexual mantenham suas vítimas sob seu controle.

Eles têm quase certeza de que nunca serão denunciados, então podem fazer isso novamente e novamente.

Da mesma forma, é necessário ajudar as vítimas, e qualquer mulher que tenha assimilado uma antropologia que objetiva as mulheres, a se libertarem dela.

Na verdade, uma pessoa que está convencida de que é um “objeto”, uma “coisa”, não saberá o que denunciar, convencida de que o que lhe aconteceu é normal.

É necessária uma grande catequese sobre a dignidade humana, para tirar de suas cabeças a mentalidade popular que apresenta as mulheres como inferiores, como subordinadas, como “objetos”, como um “brinquedo” à mercê de suas paixões; daí o “direito da primeira noite” nas instituições.

É absolutamente necessário ajudar as vítimas a não banalizar a violência.

 

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