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Iraque. “Chega de armas, de vinganças, de guerras. Nós somos as raízes da fé e do cristianismo.” Entrevista com Louis Sako

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06 Março 2021

Quando o Papa Francisco desembarcou no Iraque na tarde dessa sexta-feira, o sonho de João Paulo II por ocasião do Jubileu do ano 2000 finalmente se tornou realidade: o bispo de Roma em visita à terra de Abraão.

A entrevista é de Luca Geronico, publicada por Avvenire, 05-03-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

Eis a entrevista.

 

Cardeal Louis Sako, o senhor foi, sem dúvida, um dos protagonistas na organização desta viagem apostólica. Desde 2013, o senhor é o patriarca da Babilônia dos Caldeus. Por que, assim que foi feito o anúncio, o senhor definiu esta viagem como uma “peregrinação de paz e de fraternidade”?

O mundo, em comparação com o ano 2000, mudou muito, a situação é diferente não só no Iraque, mas também em todo o Oriente Médio. Nós, os povos desta região, realmente precisamos de um mensageiro da paz, porque sozinhos não chegaremos à paz. Precisamos de alguém que nos fale da paz de forma autêntica, não politizada. O papa, com o seu carisma, pode dirigir uma palavra forte sobre o respeito pela vida, sobre o respeito mútuo, sobre a necessidade de calar as armas. Além disso, todas as etapas desta viagem são simbólicas: o papa poderá utilizar tanto Ur, quanto Mosul, quanto a planície de Nínive para uma mensagem muito forte, diferente do espírito de vingança, contra o sectarismo, contra a divisão dentro do mesmo povo. Por isso, é realmente uma viagem de paz.

Após a assinatura do Documento de Abu Dhabi em fevereiro de 2019, na sua opinião, é possível usar o adjetivo “histórico” para esta viagem? Depois do encontro entre o Papa Francisco e o grão-imã Ahmad al-Tayyeb, esta poderia ser mais uma etapa no itinerário para a fraternidade humana através do diálogo inter-religioso?

A visita a Ur, durante a viagem de Francisco, é dedicada à figura de Abraão: o pai dos fiéis, dos cristãos, dos judeus, dos muçulmanos. O Alcorão dedica um capítulo a Abraão; na Bíblia, a vocação de Abraão é descrita como a aventura de quem deixa tudo para seguir a voz de Deus; o próprio Evangelho nos fala de Abraão como “pai da fé”. Portanto, nós somos irmãos em nível espiritual, não apenas com base na natureza humana. Temos fé em um único Deus, e essa fé é expressada de maneiras diferentes: nós, cristãos, muçulmanos e judeus, expressamos a fé nas nossas culturas, leis, liturgias. Mas, no fundo, na fé, nós estamos unidos. Esse discurso pode ajudar os muçulmanos a se abrirem, a terem um olhar positivo.

Depois, o papa visitará as comunidades cristãs de Bagdá e de Qaraqosh. Em 31 de outubro de 2010, em Bagdá, ocorreu o “massacre de Todos os Santos” na Catedral de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; em 2014, a invasão do Daesh em Qaraqosh com a “Tahira”, a Catedral da Imaculada Conceição, despojada, incendiada, com o claustro transformado em um campo de tiro. Que Igreja o Papa Francisco encontrará? Que feridas o pontífice deverá curar neste “pequeno rebanho”?

Na minha opinião, o papa vai encontrar a glória, vai encontrar uma beleza interior, porque, na nossa história, nunca tivemos uma Igreja de Estado, um reino cristão, como ocorreu no Ocidente. Temos a nossa liturgia, a nossa espiritualidade, os nossos pais, mas também os mártires que pagaram com o seu sangue por serem fiéis ao Evangelho e a Cristo. Essa é a beleza interior da nossa Igreja: o papa, ao nos visitar, verá essa beleza espiritual que não tem nada de triunfalismo, de uma glória exterior. Esta visita do papa é um forte reconhecimento da importância das Igrejas orientais.

Hoje, no Oriente Médio, existe um pequeno rebanho, temos muitos problemas, e a nossa presença histórica está ameaçada: precisamos do apoio da Igreja universal e também da dos nossos irmãos e irmãs cristãos do Ocidente. Nós somos as raízes da fé, do cristianismo, e, se não houver mais cristãos no Oriente Médio, o cristianismo não terá mais as suas raízes. Esse é um problema muito sério, por isso, é preciso fazer muito para defender, proteger ou, pelo menos, encorajar esses cristãos a ficarem nas suas terras. Temos problemas, mas estamos cientes, como cristãos, da nossa vocação em uma maioria muçulmana. Espero que o papa, ao nos visitar, descubra tudo isso.

Esta viagem nasceu de um convite do presidente da República iraquiana, Barham Salih. O Iraque tem um governo provisório. Em outubro, haverá eleições antecipadas, enquanto o país é atingido, além da pandemia, por uma grave crise econômica. Qual é a expectativa da sociedade iraquiana em relação à chegada do pontífice?

Todos o esperam. O governo, o povo cristão e os muçulmanos. Algo diferente do que vivemos e sentimos até agora: vivemos conflitos com mortes e destruição. Mesmo durante a pandemia e com a economia em crise, ouvimos a voz das armas. Agora precisamos ouvir a doçura dos discursos do Santo Padre, que falará da fraternidade humana, do diálogo inter-religioso, do perdão contra a vingança. Faz muito tempo que não ouvimos essa linguagem. Além disso, acho que o papa vai falar de reformas: chega de guerras no Iraque, mas também na Síria e no Líbano. Vivemos em uma família que se chama Iraque, ou Síria, ou Líbano, e cada um deve se sentir em casa, não é um estrangeiro, um adversário que deve ser evitado ou cancelado. Além disso, esta visita é uma oportunidade para o Iraque se abrir mais à comunidade internacional: o papa não é um hóspede qualquer. Haverá 75 pessoas na sua comitiva e cerca de 200 jornalistas credenciados: é um fato extraordinário para o Iraque. Há um clima de grande festa: esta visita, para usar uma expressão espiritual, é um advento, não um evento.

E ela se realiza a poucos meses da posse de Joe Biden na Casa Branca, enquanto os equilíbrios diplomáticos estão sendo redesenhados com o Teerã. Muitos analistas acreditam que esta viagem também será importante para redefinir o papel dos cristãos em todo o Oriente Médio. Poderia haver desdobramentos diplomáticos, especialmente com o Irã, em relação à questão nuclear?

O Vaticano tem uma longa experiência de diálogo e reconciliação entre países: na América Latina, na África e, por que não?, também no Oriente Médio. A Santa Sé é neutra e pode fazer muito por esses países que sofrem, e que sofrem por uma coisa absurda: todos esses confrontos, essas guerras são absurdas, e depois de anos será preciso chegar a um acordo. Então, nos perguntamos: por que toda essa destruição, esses milhares de mortos, por que tudo isso? É preciso mudar a mentalidade, ter um olhar mais amplo e ver quem sustenta o tráfico de armas, quais são os interesses econômicos que movem essas guerras. Todos falam da dignidade humana, mas por que não pensar também nos pobres inocentes?

E nós, cristãos, devemos sair dessa mentalidade de medo: não devemos ter medo, devemos falar, devemos contribuir para uma solução, nos engajar na política, não deixar os outros sozinhos. Se nos colocarmos de lado, outros farão tudo, e nós não teremos o direito de criticar. Nós, cristãos, devemos contribuir para o bem do nosso país: somos cidadãos e devemos criar com todos os outros um Estado civil e sobretudo baseado na democracia e na justiça, e não um Estado sectário. Não podemos viver em um país teocrático: no Iraque, não há apenas muçulmanos sunitas e xiitas, há também cristãos, yazidis e outras religiões. A religião não pode criar um Estado, a vida social e política é diferente da religião. O Ocidente teve progresso porque separou a Igreja da política. Se os muçulmanos querem um futuro melhor, eu acho que devem separar a religião do Estado. São projetos para o futuro, e, creio eu, talvez seja preciso começar: o papa semeia, semeia, nós devemos irrigar, e Deus abençoará a colheita.

Para concluir, eminência, o senhor estará em Ur ao lado do papa. Qual é a sua intenção de oração pela humanidade e pelo Iraque neste momento?

Em Ur, haverá uma oração inter-religiosa pela paz e a estabilidade, mas também para fortalecer a fraternidade humana e o diálogo inter-religioso. Todos devem entender, todos – cristãos, muçulmanos, judeus –, que o centro da mensagem religiosa é o ser humano. Deus faz um gesto pelo ser humano, Deus pode salvar o ser humano, e também nós devemos aprender a ajudar o ser humano a viver com dignidade, a ser respeitado e a tratá-lo como um irmão, e não como um inimigo. Ur é um passo muito importante, assim como o encontro com a autoridade xiita, o grande aiatolá Ali al-Sistani. O papa terá um encontro privado com ele e também um gesto de diálogo. Não sabemos exatamente o que vai acontecer, mas eu conto muito com o carisma do Santo Padre, que é um homem de surpresas, um homem que pode surpreender.

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