Uma das preocupações do Papa Francisco é a educação, afirmando que "a educação é um ato de esperança". Isto foi concretizado na proposta do Pacto Educativo Global, uma ideia que surgiu em 12 de setembro de 2019 e foi lançada oficialmente em 15 de outubro de 2010, para a qual o Bispo de Roma pretende unir todas as pessoas de boa vontade, numa tentativa de gerar uma mudança em escala planetária, que resultará em uma educação que se torne um gerador de fraternidade, paz e justiça.

A reportagem é de Luis Miguel Modino.

A educação é um dos temas abordados em Fratelli Tutti, onde a questão do papel do Estado nas questões educacionais é discutida, especialmente "para uma pessoa com deficiência, para alguém que nasceu em uma casa extremamente pobre, para alguém que cresceu com uma educação de baixa qualidade". Segundo o texto pontifício, a solidariedade é uma virtude que deve estar presente em "todos aqueles que têm responsabilidades educativas e formativas", começando pelas famílias e continuando pelos educadores e formadores, "chamados a estar conscientes de que sua responsabilidade tem a ver com as dimensões moral, espiritual e social da pessoa". É por isso que ele insiste que "a educação está a serviço deste caminho para que cada ser humano possa ser o arquiteto de seu próprio destino".

A pandemia da Covid-19 destacou as deficiências do sistema educacional em todo o planeta, inclusive em países do chamado "Primeiro Mundo", mostrando que nem todos gozam dos mesmos direitos em algo que deveria ser garantido para todos. Em um mundo que experimentou uma verdadeira metamorfose cultural e antropológica, estamos diante de uma "catástrofe educacional" com mais de 250 milhões de crianças que não desfrutam de nenhum serviço educacional, e aproximadamente 10 milhões que deixaram a escola devido à pandemia, como relatado pela CPAL.

A Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina e do Caribe - CPAL - juntou-se a este apelo do Papa Francisco, lembrando que já em Laudato Si, em 2015, esta questão foi abordada em relação ao futuro do planeta. Em vista do lançamento do Pacto Educativo Global, onde mais uma vez o Papa fez um chamado sem precedentes para assinar este compromisso, CPAL insiste que "assumimos com coração, coragem e inspiração para continuar trabalhando em um de nossos horizontes apostólicos e missionários: o Direito Universal à Educação de Qualidade (DUEC)".

Da Companhia de Jesus na América Latina e no Caribe, recorda-se que "o Papa reconhece na educação o caminho para reverter a crise atual e promover a mudança", vendo-a como um instrumento transformador e gerador de esperança, que convida ao compartilhamento e à transformação. Considerada "uma das formas mais eficazes de humanizar o mundo e a história", os jesuítas veem a educação como "o antídoto natural para a cultura individualista", descobrindo-a como "uma questão de amor e responsabilidade transmitida entre gerações".

Recordando o apelo do Papa para envolver todos os componentes da sociedade, CPAL recorda as sete chaves que ele propõe para implementar este novo modelo educacional, que leva a colocar a pessoa no centro, ouvindo, encorajando a participação, considerando a família como o educador primário, educando para acolher os vulneráveis e marginalizados, promovendo o serviço ao homem e cuidando da ecologia integral e da casa comum. É mais um passo para construir um mundo diferente, desde "um trabalho em rede, em sinergia com a Igreja, com a sociedade civil e os governos para a implementação da fé, da justiça e da reconciliação".

Nesta tessitura, a Companhia de Jesus na América Latina e no Caribe, suas comunidades, obras e presenças apostólicas, decidiram assinar o Pacto Educativo Global, manifestando assim o compromisso de colaborar com seus "talentos e energias na construção e promoção de um novo modelo cultural e de desenvolvimento". Este gesto acontecerá em 12 de dezembro, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. O objetivo é tomar seu exemplo de cuidado com os vulneráveis como inspiração e força para este compromisso.

Olhando para o futuro, buscando tornar realidade um humanismo solidário, os jesuítas estão convidando cada pessoa a aderir e se comprometer com este chamado, algo que pode ser feito através do download e da assinatura de um documento. Uma vez assinado, cada pessoa é convidada a enviar uma foto para um endereço de e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., que posteriormente será compartilhada nas redes sociais da instituição.

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