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17 Setembro 2020

"Parecia que a natureza ainda estava em formação – ou em desarrumação cíclica – pelas mãos humanas", escreve Lúcio Flávio Pinto, jornalista desde 1966, sociólogo formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1973, e editor do Jornal Pessoal, em artigo publicado por Amazônia Real, 15-09-2020.

Eis o artigo.

O garimpo de Serra Pelada, no Pará, que surgiu em 1980, é um dos mais famosos de todos os tempos. E também um dos mais singulares. No auge da sua atividade, chegou a atrair 80 mil garimpeiros. Eles trabalhavam numa área bem restrita. Escavaram tanto nesse espaço limitado que abriram um buraco com 80 metros de profundidade.

Bombas tinham que funcionar sem interrupção para retirar água da cava. Se parassem, o buraco virava um lago profundo, como está agora, já desativado, provocando desabamentos. Eram constantes os acidentes, com várias mortes. Os “formigas” subiam e desciam pelos barrancos íngremes, poeirentos numa estação, enlameados em outra, carregando nas costas sacos de 60 quilos cheios de terra (ou lama, no inverno), processada no alto para a busca do ouro. Quase tudo era manual, da escavação à separação do metal, com o uso do mercúrio. O cenário era de uma época remota, da escravidão, como na construção de Babilônia, nome, aliás, de um morro de rejeitos.

Conforme o trabalho avançava, a paisagem mudava. A tradicional grota, onde o ouro aluvionar foi descoberto, virou o imenso buraco. O material escavado era depositado num local próximo, que virou um morro. O morro também foi lavrado à procura das fagulhas de metal que ficaram ali. Parecia que a natureza ainda estava em formação – ou em desarrumação cíclica – pelas mãos humanas.

Os garimpeiros moravam em casebres ou tendas precárias, dormindo às vezes sobre montes de terra, guardados pela possibilidade de ainda conterem algum ouro. Mulher ali não entrava. Nem álcool. Muito menos armas. A alvorada era ao som do hino nacional, que todos cantavam, em posição de sentido. No domingo o trabalho era proibido.

Havia um interventor oficial no garimpo, um tenente-coronel do exército, Sebastião Rodrigues de Moura, que se apresentava como Curió (com a qualificação de doutor ou major). Era da comunidade de informação e repressão. Combatera a guerrilha do Partido Comunista do Araguaia ali perto. Curió tinha prestígio. Fez o presidente da república, o general João Figueiredo, visitar o garimpo duas vezes, aceitando ser enlameado pelos garimpeiros.

Tendo que se enquadrar num regime de disciplina de quartel, patrulhado por seguranças e espiões de Curió, os garimpeiros não precisavam ir lá fora vender o ouro que encontrassem. A Caixa Econômica Federal tinha um posto dentro do garimpo, com o suporte técnico da Docegeo, empresa de pesquisa mineral da Companhia Vale do rio Doce, ainda estatal.

Quando não podiam mais fazer o aprofundamento manual da cava, já muito funda, os garimpeiros conseguiram que o governo patrocinasse a remoção de todo o material estéril para o reinício da lavra. Ela prosseguiu até que o governo se desinteressou pelo prosseguimento da extração manual. Tentou, sem sucesso, induzir a lavra empresarial, que até hoje não se materializou.

O que se concretizou, principalmente nos últimos dois anos, durante o governo Bolsonaro, coincidindo com a valorização do preço do ouro e a desvalorização do real em relação ao dólar, foi a multiplicação de garimpos selvagens e destrutivos, com a utilização de máquinas pesadas, trabalho escravo, coação armada, audácia e desrespeito às normas legais. Capital intensivo para a obtenção do metal e poder político para garantir a manutenção dessas frentes de devastação.

Serra Pelada, quem diria, virou boa lembrança nos dias assombrosos da garimpagem desenfreada na Amazônia.

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