América Latina. Abuso sexual de menores aumenta durante a pandemia

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02 Junho 2020

Os missionários católicos da América Latina estão preocupados com o aumento no número de casos de abuso infantil durante a pandemia de Covid-19.

As restrições sociais impostas pelos governos no momento em que as Américas se tornam o novo epicentro da doença só agravaram o problema dos abusos, dizem eles.

A reportagem é publicada por La Croix International e Catholic News Service, 29-05-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

No mesmo momento em que a taxa de mortalidade diária do Brasil se torna a mais alta do mundo, a Organização Mundial da Saúde também mostra preocupação com os números crescentes em países como Peru, Chile e El Salvador.

“Sabemos que, na maioria das vezes, o abuso e a exploração sexual acontecem dentro das famílias. Esse problema tende a crescer durante o confinamento”, disse a irmã brasileira Roselei Bertoldo ao Catholic News Service. Irmã Roselei é membra das Irmãs Missionárias do Imaculado Coração de Maria, que trabalha com a Rede Um Grito pela Vida no combate ao tráfico de pessoas e ao abuso sexual.

Segundo ela, as crianças, em sua maioria, acabam denunciando na escola os abusos que sofrem em casa, “mas as crianças pobres nem sequer têm a opção da educação a distância, por isso estamos preocupados com elas”.

“Infelizmente, estamos recebendo muitas denúncias de abusos sexuais. Sabemos que os casos estão aumentando”, disse ela.

A fragilidade do aparato de segurança estatal em muitas regiões da América Latina e os desafios postos pela pandemia só pioram a situação.

“Os familiares geralmente têm medo do agressor e evitam denunciar o caso à polícia. Já as crianças, elas são ainda mais vulneráveis”, disse Veronica Rubi, diretora da Caritas em Tabatinga, Brasil.

No Peru, o número de telefonemas feitos ao Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis duplicou durante a quarentena.

Um relatório do ministério, divulgado no final de abril, mostrou 90 casos de abuso sexual; 59 deles envolviam vítimas menores de idade.

Na Colômbia, diferentes grupos armados intensificaram o recrutamento nas regiões interioranas do país. Com as escolas fechadas, o número de adolescentes cooptados dobrou, disse Nathalia Forero, assistente social que também é membro da Rede.

“As meninas que são recrutadas por estes grupos armados podem sofrer violência, inclusive abuso sexual e exploração sexual”, disse Forero ao Catholic News Service.

 

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