29 Mai 2019
A votação do Partido Verde foi muito forte no norte e no oeste da Europa, mas baixa ou inexistente no sul e leste do continente.
A reportagem é de Guillaume Goubert, publicada por La Croix International, 28-05-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O inesperado sempre tem um impacto extra. O debate político e midiático, assim como as pesquisas de opinião indicavam que as eleições europeias seriam uma batalha entre eurófonos e nacionalistas.
No fim, foi uma terceira força que criou a surpresa.
Os ambientalistas conseguiram agora elevar o número de seus representantes no Parlamento Europeu em quase um terço.
Seu progresso foi particularmente significativo tanto na Alemanha quanto na França, onde a lista do partido Europe Ecologie, liderada por Yannick Jadot, pareceu ganhar muitos votos logo no fim da campanha, especialmente entre os jovens eleitores.
No entanto, precisamos permanecer cautelosos sobre esse efeito-surpresa. Os Verdes não ganharam as eleições europeias. Longe disso.
Em termos de números, eles ainda serão apenas o quinto maior grupo do Parlamento, atrás do Partido Popular Europeu (PPE), de direita moderada, dos social-democratas, da extrema-direita e dos centristas liberais.
Além disso, a forte divisão geográfica também precisa ser levada em consideração.
O voto ambientalista foi muito forte no norte e no oeste da Europa. No entanto, foi baixo ou inexistente no sul e leste do continente.
A influência dos Verdes em nível europeu também pode se beneficiar de um ganho que será mais do que proporcional ao aumento do seu número.
Isso ocorre principalmente porque as listas de outros grupos políticos transmitiram em voz alta sua preocupação com o ambiente durante a campanha.
Na França, isso foi confirmado pela eleição de Pascal Canfin para o segundo escalão da lista majoritária presidencial.
Na tradição de cooperação entre partidos do Parlamento Europeu, isso permitirá avançar suas ideias e projetos.
Em segundo lugar, houve o declínio do PPE e dos social-democratas, que perderam durante essa eleição a maioria conjunta que mantiveram durante os últimos 40 anos.
Novas alianças, quer sejam duradouras ou temporárias, ainda estão por surgir.
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O rosto verde da Europa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU