07 Março 2019
"Essa aproximação entre a Universidade Gregoriana e a REPAM tem sido motivo de gratidão e satisfação para os cardeais Hummes e Barreto, que reconhecem a importância da definição de medidas concretas, confirmando, na opinião do Mauricio Lopez, que 'o Sínodo para a Amazônia, embora não possa perder seu foco e não pode ser diluído em uma reflexão fora dessa realidade concreta, é de profundo interesse de toda a Igreja e é, de fato, responsabilidade dela em conjunto'", escreve em artigo o missionário Luis Miguel Modino.
O processo do Sínodo para a Amazônia está dando passos. Uma vez encerrado o tempo de consulta, em que um grande número de pessoas participou de todos os países da Pan-Amazônia e, o que é mais importante, boa parte dos povos indígenas da região, o Sínodo, que em palavras do Papa Francisco, está focado "especialmente nos povos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno", continua avançando em busca de novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.
Nessa perspectiva, no dia 28 de fevereiro, representantes da entidade jesuíta e da Rede Ecológica Pan Amazônica - REPAM se reuniram na Universidade Gregoriana, em Roma. Na reunião de trabalho, fizeram-se presentes o Presidente e o Vice Presidente da REPAM, cardeais Claudio Hummes e Pedro Barreto, juntamente com o seu secretário executivo, Mauricio Lopez, bem como o reitor da Gregoriana, Padre Nuno da Silva Gonçalves, seu professor de Espiritualidade, Padre Adelson dos Santos, nascido na região amazônica, e Monsenhor Josef Sayer, ex-diretor do Misereor e colaborador próximo da REPAM.
Como Mauricio López reconheceu, o objetivo do encontro de trabalho foi "explorar as possibilidades de acompanhamento à reflexão sinodal e, sobretudo, à reflexão pós-sinodal". Não em vão, nas palavras do Secretário Executivo da REPAM, "é profundamente relevante ter toda essa visão de reflexão teológica e encontro de perspectivas espirituais que pode ser dada pela própria Universidade Gregoriana".
Não é a primeira vez que a REPAM e a Companhia de Jesus se reúnem visando esse objetivo. De fato, nos primeiros dias de fevereiro, a REPAM se reuniu com a AUSJAL – “Asociación de Universidades Confiadas a la a Compañía de Jesús en América Latina“, no Rio de Janeiro. Um encontro em que se definiram caminhos possíveis, entre os quais haveria uma equipe de trabalho das faculdades de teologia para poder se apropriar e implementar o que seria o Sínodo da Amazônia, da mesma forma que neste encontro com o Gregoriana.
Dentro desse processo colaborativo, está marcado para 16 de maio, um evento na Universidade Gregoriana, como parte de um diploma conjunto entre universidades pontifícias italianas e diferentes instituições, onde vão estar presentes os cardeais Hummes e Barreto, um evento co-patrocinado pela própria REPAM. O objetivo é ajudar à realidade não-amazônica a entender melhor a importância e as implicações do Sínodo para a Amazônia.
A importância deste trabalho em comum, segundo o Secretário Executivo da REPAM, está no fato de que "isso abre novas perspectivas para acompanhar a reflexão teológica do Sínodo, ajuda a ter uma definição adequada de caminhos pastorais subsequentes e dá consistência para a necessidade da REPAM de poder continuar a criar e expandir as redes, para responder de forma mais adequada à uma realidade que grita, que espera, que também tem muito a oferecer ao futuro do Planeta e da Igreja, mas também passa por uma adequada reflexão e interpretação".
Essa aproximação entre a Universidade Gregoriana e a REPAM tem sido motivo de gratidão e satisfação para os cardeais Hummes e Barreto, que reconhecem a importância da definição de medidas concretas, confirmando, na opinião do Mauricio Lopez, que "o Sínodo para a Amazônia, embora não possa perder seu foco e não pode ser diluído em uma reflexão fora dessa realidade concreta, é de profundo interesse de toda a Igreja e é, de fato, responsabilidade dela em conjunto".
O encontro se une ao Seminário "Rumo ao Sínodo Especial para a Amazônia: dimensão regional e universal", que aconteceu de 25 a 27 de fevereiro no Vaticano, que alguns participantes descreveram como dias muito ricos, que ajudaram contrastar a informação recolhida no processo de escuta e definir perspectivas futuras, compreendendo as diferentes dinâmicas do próprio Sínodo.
Durante o seminário, o cardeal Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, insistiu que "o Sínodo é um processo, uma jornada juntos, uma obra de discernimento", sublinhando a importância de aprender com os povos indígenas, porque "a única coisa que os índios acumulam são as relações sociais".
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Sínodo da Amazônia. Universidade Gregoriana e REPAM se reúnem em busca de perspectivas que acompanhem a reflexão do evento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU