Viganó aposta todas as fichas e se lança, ousadamente, contra Francisco

Carlo Viganò (à esquerda) e Theodore McCarrick, em 2012 | Foto: La Stampa

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30 Setembro 2018

"O Papa se negou em realizar uma investigação do Vaticano sobre os crimes de McCarrick e sobre os responsáveis de encobri-los? Os fiéis merecem saber", fulmina Viganó.

Um mês depois de lançar sua “bomba” e se esconder, o ex-núncio Carlo Maria Viganò voltou a sair de seu esconderijo para atacar novamente, de modo ousado, o Papa Francisco, no que assegura, em tom apocalíptico, ser "uma batalha contra o velho dragão".

Sem revelar onde se encontra, nem oferecer outras provas além de suas palavras, Viganò volta a atacar Francisco e alguns de seus colaboradores, como o prefeito da Congregação de Bispos, Mac Ouellet, a quem acusa de "rendição" diante dos postulados de Amoris Laetitia e lhe ameaça [exigindo] "que testemunhe a verdade", trazendo à tona "documentos chave" sobre McCarrick que, insiste, estão de posse do purpurado.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 28-09-2018. A tradução é de Graziela Wolfart.

Sobre Bergoglio, Viganò assegura em sua nova carta que "nem o Papa nem nenhum dos cardeais em Roma negaram os fatos que afirmei em meu testemunho". Parece incomodar profundamente ao ex-núncio o fato de que o Papa não respondeu diretamente a ele, ainda que acredite que ele tenha feito isso nas homilias da [Casa] Santa Marta.

"A falta de vontade do Papa para responder minhas acusações e sua surdez aos pedidos de prestação de contas por parte dos fiéis dificilmente combinam com seus chamados à transparência e à construção de pontes", assegura, utilizando as mesmas comparações com o conglomerado midiático tirano que o suporta.

“O Papa se negou em realizar uma investigação do Vaticano sobre os crimes de McCarrick e sobre os responsáveis de encobri-los? Os fiéis merecem saber", fulmina Viganó.

"O silêncio dos pastores que poderiam ter proporcionado uma cura e assim evitar novas vítimas, se tornou cada vez mais indefensável, um crime devastador para a Igreja", volta a clamar o ex-núncio, autodenominado lutador pela “verdade”.

"Consciente das enormes consequências que poderia ter meu testemunho, porque o que estava a ponto de revelar envolvia o próprio sucessor de Pedro, decidi falar para proteger a Igreja, e declaro com a consciência tranquila, diante de Deus, que meu testemunho é verdadeiro", acrescenta o prelado, que se compara ao próprio Jesus Cristo: "Cristo morreu pela Igreja, e Pedro, Servus servorum Dei [Servo dos Servos de Deus], é o primeiro chamado a servir à esposa de Cristo".

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