07 Junho 2018
“Estávamos na Casa Santa Marta, ele vive aí. Você entra de repente para almoçar e o Papa está em sua mesa almoçando, com dois sacerdotes. E se serve com uma salada. E ele pediu, particularmente, que quando o Papa entrar no refeitório que não pare todo mundo. Sem pompa, muito simples”.
A reportagem é de Sebastián Rivas, publicada por La Tercera, 05-06-2018. A tradução é do Cepat.
Com esta anedota, o sacerdote Eugenio de la Fuente começou a narrar ao programa Nada Pessoal, da Rádio Duna, seus dias como hóspede do Papa Francisco no Vaticano, como membro do grupo de sacerdotes vítimas de abusos de Fernando Karadima, na igreja de El Bosque.
De la Fuente contou a dinâmica dos encontros, destacando a franqueza no modo como foram realizados. “No sábado, tivemos a missa juntos com ele, o grupo, às 16h. Uma missa muito profunda e muito simples, ele no altar, e movia o livro de um lado para o outro. Tudo muito normal, como um padre do povo, muito simples. Fomos depois a uma salinha, e aí houve conversas pessoais do Papa com cada um”, afirmou.
De la Fuente disse que não entrou sozinho para o encontro com b. “Nós escolhemos três pessoas que havíamos tido uma contemporaneidade muito profunda dentro de El Bosque, e preferimos ir os três juntos, porque tínhamos meia hora em vez de dez minutos. Então, a verdade é que ficamos 40 minutos com o Papa”, disse. “Em certo momento, foi realmente muito emocionante, disse: ‘Eu, em nome da Igreja, peço-lhes perdão pelo que sofreram’”, acrescentou.
Ao ser consultado sobre as motivações que o Pontífice poderia ter tido para convidá-los, De la Fuente manifestou que “tenho a impressão de que o Papa quis fazer um ciclo com o tema El Bosque, e que este é o fim deste ciclo. O que vem pela frente não sei, mas me dá a impressão que ele quis fazer um ciclo com as três vítimas leigas e, depois, com os sacerdotes que experimentaram abuso”.
“Com o Papa, a conversa foi 100% franca. Eu não sinto que tenha algo no tinteiro que tenha deixado de se dizer”, foi a avaliação do sacerdote. “É tremendamente humilde para explicar o que lhe passou e, no fundo, aprofunda um pouco mais nesta ideia de que realmente não tinha a informação verdadeira e equilibrada para conhecer o que estava acontecendo aqui no Chile”, sentenciou.
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Chile. “Com o Papa, a conversa foi 100% franca”. O depoimento de um sacerdote vítima de Karadima - Instituto Humanitas Unisinos - IHU