02 Junho 2017
O fundador da Tesla, Elon Musk, cumpriu a ameaça ao informar nesta quinta-feira (1º) que vai deixar o conselho de empresários de Donald Trump, depois que o presidente anunciou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.
A reportagem é publicada por G1 reproduzindo informações da Agência France Presse, 01-06-2017.
"Estou saindo do conselho presidencial. As mudanças climáticas são reais. Abandonar [o acordo de] Paris não é bom para os Estados Unidos, nem para o mundo", escreveu no Twitter o milionário, defensor das energias renováveis.
Musk tinha advertido na véspera que deixaria o círculo de conselheiros se o presidente decidisse sair do acordo climático. Somaram-se a ele representantes de outras grandes empresas tecnológicas e indústrias, que expressaram também sua frustração com a decisão presidencial.
"Decepcionado com a decisão de hoje sobre o acordo de Paris", escreveu o CEO da General Electric, Jeff Immelt. "A indústria deve agora liderar e não depender do governo", acrescentou.
A associação Information Technology Industry Council, que representa empresas do setor tecnológico, expressou sua "decepção" com a medida e assegurou que é "um passo atrás na liderança dos Estados Unidos no mundo", disse seu presidente, Dean Garfield.
"Apesar disso, mantém-se intacta a determinação da indústria da tecnologia de inovar e resolver a ameaça que representa a mudança climática e gerar oportunidades que criem empregos e façam crescer nossa economia", acrescentou.
As gigantes petroleiras ExxonMobil e Chevron reiteraram seu apoio ao acordo, enquanto a fabricante de automóveis General Motors indicou que a decisão da Casa Branca não desistirá de buscar soluções para enfrentar as mudanças climáticas.
"A GM não vacilará em seu compromisso com o meio ambiente e sua posição sobre as mudanças climáticas não mudou", indicou a companhia em um comunicado. "Acordos internacionais a parte, nos mantemos comprometidos em criar um ambiente melhor".
Melissa Ritchie, porta-voz da Chevron, disse que sua companhia "apoia continuar com o acordo de Paris, pois representa um primeiro passo rumo a um marco global".
"O acordo se alinha com a própria política da companhia sobre emissões de gás carbônico", acrescentou.
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