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A mulher que sabe como ler o Papa Francisco

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27 Março 2017

A primeira mulher a formar-se doutora em teologia pela Pontifícia Universidade Católica da Argentina diz que o Papa Francisco está “criando um processo em que o Espírito Santo forja uma nova síntese a partir das disparidades e discordâncias”.

A reportagem é de Austen Ivereigh, jornalista, publicada por Crux, 25-03-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

A Dra. Emilce Cuda é especial por uma série de razões. Primeiro, é teóloga na Pontifícia Universidade Católica de Buenos Aires, o “think tank” deste pontificado, e como o seu reitor e o vice-reitor é uma seguidora da escola de teologia do “povo”, tornada famosa por Francisco. Por muitos anos, ela estudou sob o seu mais conhecido pioneiro, o Pe. Lucio Gera.

Em seguida vem a sua área de especialização, em especial o tópico populismo, e o fato de que ela supera a divisão entre América do Norte e América do Sul: Cuda estudou ciência política na Northwestern University de Chicago, e atualmente é professora visitante na Boston College, instituição jesuíta. O seu primeiro livro foi sobre o catolicismo e a democracia nos EUA. Ela é casada com um americano.

Depois, há o fato marcante de ser mulher leiga numa área dominada pelo clero.

Cuda é a primeira leiga a ter um doutorado em teologia pela citada pontifícia universidade, o que leva pelo menos 15 anos. É uma pessoa próxima a Dom Victor Manuel Fernández, reitor da Pontifícia Universidade Católica de Buenos Aires, e se descreve como uma “católica alinhada e obediente” que segue de perto Francisco.


O Papa Francisco em 17 de março com participantes de um encontro de Ética Teológica Católica na Igreja Mundial. A Dra. Emilce Cuda está à direita. (Foto: Crux)

O seu livro recentemente publicado, “Para Leer a Francisco”, é uma retomada brilhante do contexto político-teológico do pensamento de Francisco, combinando insights de Ernest Laclau para dentro do populismo com o desenvolvimento do jesuíta argentino Juan Carlos Scannone sobre a teologia do povo.

Quando se encontrou com o papa em 17 de março como membro de uma delegação de teólogos que compõem uma rede de eticistas e teólogos morais, foi a primeira vez que ela esteve na sua presença desde a eleição em 2013. Em vez de ficar surpresa por sua informalidade desarmante, Cuda ficou tocada pelo poder do ofício papal.

“Foi muito emocionante: além de ver um companheiro argentino como papa, nós estávamos com um papa – quem quer que ele seja. Quando ele apareceu, fiquei paralisada: existe um poder, uma energia em toda aquela figura, naquele ofício, naquela estética régia, que é imponente”.

Por várias vezes, Cuda esteve com presidentes e estadistas, mas ninguém, segundo ela, tem a presença de um papa em uma audiência oficial.

A rede Ética Teológica Católica na Igreja Mundial foi criada em 2006 para ser espaço onde os teólogos morais e eticistas católicos de todo o mundo e de diferentes tendências se conectam, unidos pela lealdade ao magistério, porém enraizados nas igrejas locais.

Hoje, a rede, cujo fundador e principal impulsionador é o eticista da Boston College, o padre jesuíta James Keenan, inclui mais de 1.500 teólogos e teólogas que se reúnem de tempos em tempos em diferentes locais – o próximo encontro será no ano que vem em Sarajevo. Nesse ínterim, eles trocam trabalhos escritos e ideias através do sítio eletrônico do grupo. 

Os presidentes regionais da rede – Cuda preside a seção latino-americana e caribenha – estiveram com o papa para explicar-lhe o trabalho desenvolvido, e receber orientação.

“As audiências com o papa parecem ser mensuradas pelo tempo que passamos com ele. Considerando que o papa nos deu 50 minutos e o presidente argentino apenas 15, penso que foi um sucesso”, diz Cuda a sorrir.

Segundo ela, Francisco pediu-lhes que façam ética teológica com uma “hermenêutica da unidade na diferença”, ideia que a rede já acolhia antes de sua eleição. É um tema recorrente nas paixões intelectuais do papa: criar processos em que o Espírito Santo forja uma nova síntese a partir das disparidades e discordâncias.

No encontro, o papa jocosamente comparou isso com a maneira como a Trindade Santa funciona. “Dentro da Trindade Santa, eles todos estão discutindo atrás de portas fechadas”, disse o papa segundo Cuda, “mas do lado de fora, dão a imagem da unidade”.

Cuda fala que esta comparação a fez pensar em algo mais terrenamente atribuído ao famoso líder argentino Juan Domingo Perón. “No peronismo, quando se ouve gatos a gritar, as pessoas pensam que eles estão brigando; na verdade, estão se reproduzindo”.

Embora não tenham especificamente discutido o tema populismo, a questão da imigração e pontes versus muros esteve presente no diálogo – em particular, a reação dos países anfitriões às ondas migrantes de recém-chegados.

Cuda diz que Francisco vê um papel importante para as igrejas, insistindo na construção de pontes numa época de construção de muros. A escolha por Sarajevo, feita pela rede Ética Teológica Católica na Igreja Mundial (Sarajevo conta com uma população 80% muçulmana; a cidade ainda está se reconstruindo após um conflito fraticida), como o lugar para o terceiro congresso internacional do grupo é um símbolo daquele esforço.

Da mesma forma com a imigração, Cuda diz que Francisco quer ver um foco na mulher. Conforme é sabido, o papa tem sido criticado pelas belas palavras e gestos que fez nesse sentido, porém com pouca ação concreta.

Na qualidade de teóloga, Cuda está decepcionada com que as pessoas sempre querem que ela fale sobre a teologia da mulher, ao invés de falar sobre a sua especialidade, que é a ética da política. “Nós precisamos de mais teólogas, mas envolvidas em outros campos da teologia”. Enquanto as teólogas estiverem escrevendo apenas sobre gênero e feminismo, diz, “elas não avançarão em outras áreas onde têm uma contribuição necessária a dar”.

A partir de um ponto de vista dogmático, afirma Cuda, o fato de que Maria foi a única pessoa concebida de um modo especial significa que a mulher deveria ter um lugar privilegiado na vida da Igreja. Porém ela defende o histórico católico quando comparado com aquilo que chama de “o concerto das instituições” no mundo contemporâneo.

“A mulher não possui ainda um lugar próprio na Igreja, mas também não o tem em outros espaços. Posso dizer o que foi preciso lutar para eu conseguir um lugar na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica, mas seria o mesmo que conseguir um espaço na Faculdade de Filosofia em uma universidade pública. Então, temos de nos perguntar se o espaço que as mulheres têm no catolicismo não é o mesmo que elas possuem em outros espaços”.

Exceto, é claro – faço notar –, que esta questão é marcada pelo clericalismo, que tende a confundir o poder de governança com o poder sacramental, quer dizer, aquelas tarefas que poderiam ou deveriam recair sobre os leigos são, muitas vezes, feitas pelo clero, fato que tende a acentuar artificialmente a ausência da mulher.

“Temos de refinar as categorias”, concorda Cuda. “Não devemos confundir a hierarquia da Igreja com a Igreja Povo de Deus”.

Eu pergunto o que pensa sobre o Vaticano consultar mulheres, como o Pontifício Conselho para a Cultura atualmente faz com o seu fórum de mulheres para fornecer um “ponto de vista feminino”. Ela acha ser uma boa ideia para Roma testar suas mensagens e ver como são recebidas, mas por que só mulheres? “Temos de ser um pouquinho cuidadosos ao exacerbar identidades particulares”, diz. “Quando uma mulher é tratada mal – quando ela recebe um salário menor, por exemplo – por ser mulher, temos de lembrar a causa: o problema está no sistema”.

Focar em batalhas identitárias particulares, segundo Cuda, dilui a concentração no problema real: um equívoco que, a seu ver, Francisco nunca comete. O papa implacavelmente mantém o foco na causa real da injustiça, e não se distrai no debate sobre os seus efeitos.

“Ele é absolutamente claro em que, por trás da exploração feminina, dos negros e migrantes há um sistema que tira vantagens destas categorizações para pagar baixos salários. O verdadeiro alvo é o sistema econômico”.

Dada a sua área de especialização, fico curioso em saber o que pensa do papa em sua entrevista concedida ao El País no mês de janeiro, quando distinguiu entre populismos bons e maus.

Parte da dificuldade, diz ela, é que não existe uma definição consensual de populismo. Todavia, o que está claro é que não é uma forma nova de governo, como a república ou a monarquia. Nem é um tipo de corrupção da democracia representativa que pode ser corrigido. Tampouco é o tipo de política de massa do século XX, tipificado na Argentina por Perón.

Cuda sustenta que se trata de um fenômeno do século XXI, e cita a definição de Ernest Laclau segundo a qual o populismo é uma forma de chegar ao governo que dispensa a estrutura e as instituições partidárias existentes.

No populismo, o partido não escolhe mais o seu líder e o oferece ao eleitorado; o líder vem de fora do partido e elimina aquele processo de seleção. Cuda cita a definição de Laclau do populismo como democracia participativa, e não representativa.

No centro do populismo está um discurso de demandas não satisfeitas. Quando um oportunista como Donald Trump consegue identificar tais demandas e cria um discurso que se oferece para satisfazê-las, ele pode chegar o poder. É o discurso, não o partido, que leva um populista ao governo. (No caso de Trump, ele não foi reconhecido pelo Partido Republicano até a noite de sua eleição.)

O que Trump detectou foi a rejeição dos democratas como uma elite sem sensibilidade, que não mais articulava as demandas populares. Porque os EUA é a capital do politicamente correto, “ninguém dizia que não queriam imigrantes ou o feminismo. Mas quando Trump apareceu dizendo o que ninguém se atrevia a dizer, as pessoas o seguiram e apostaram nele toda uma série de demandas”.

Cuda aponta que os EUA eram um dos poucos lugares entre os países ocidentais onde o sistema bipartidário, fruto de um mundo industrializado do século XX, ainda prevalecia.

O seu colapso, segundo ela, tem a ver com mudanças mais profundas na economia: a ausência da estrutura de trabalho, o fato de os trabalhadores não mais trabalharem juntamente com os demais, nem se organizarem em sindicatos, e as transformações na comunicação, sobretudo as mídias sociais.

O novo mundo político, diz Cuda, tornou-se descentrado: o que falta são forças e figuras capazes de construir aquilo que Francisco chama de “a grande política”.

O papa, continua ela, é “a” personalidade política do nosso tempo, alguém que não só possui uma vasta capacidade para a política, mas que acredita nela. “Ele até mesmo defende o conflito, pois sabe que a tentativa de eliminar o conflito leva ao totalitarismo. A política é o antagonismo no melhor sentido”.

Francisco, repete ela, sempre insiste que o problema é o sistema.

“Ele é teólogo, um filósofo político – diz que o sistema produz uma cultura da morte, e permanentemente insiste na importância do trabalho, pois o homem que não trabalha desumaniza-se porque perde o seu espaço público – não tem um mecanismo para falar aos outros”.

Nisso, diz Cuda, “o papa é incrível – ou o Espírito Santo está falando através dele”.

O populismo vem aparecendo por causa da ascensão da desigualdade: empregos que exigem baixas qualificações estão rapidamente desaparecendo, não porque os imigrantes os estão aceitando por salários mais baixos, mas por causa da automação. A revista The Economist calcula que, nos próximos três anos, 8 milhões de empregos serão substituídos por novas tecnologias.

Uma política que não lida com esta problemática está condenada a fracassar. Uma política que ouve o grito da base terá um futuro. “Precisamos ver que o modo de fazer política mudou, e que o politicamente correto não será a solução”.

Cuda crê que Trump não está ciente do papel que tem desempenhado, e que amanhã poderá perder a sua popularidade tão rapidamente como a conquistou. Muitos populistas surgem, mas depois não conseguem vencer outras eleições. O populismo é profundamente instável, pois “não existe um centro”.

Francisco está propondo uma nova política que possa construir este centro, capaz de edificar pontes, incluindo e integrando no espaço público, não somente ao consumismo.

“É a tarefa de forjar a unidade a partir das diferenças, sem anulá-las”, diz Cuda. “Como dizem os americanos: ‘in pluribus unum’. Cada geração precisa redescobrir isto por si mesma”.

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