11 Outubro 2016
Todos os palestrantes do “Mulheres da Igreja: uma conferência das lideranças católicas”, ocorrido este fim de semana nos EUA, eram mulheres – com a exceção de dois. Dom Joseph Tobin, CSsR, de Indianápolis, e Dom Charles Thompson, de Evansville, Indiana, fizeram parte de um diálogo moderado durante a conferência de três dias no sul do estado de Indiana, EUA.
A reportagem é de Heidi Schlumpf, publicada por National Catholic Reporter, 08-10-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Ao responder perguntas das participantes formuladas com antecedência, os bispos manifestaram um apoio ao diaconato feminino, à possibilidade de mulheres pregarem nas missas e um desejo de dialogar com as jovens da geração “millennial”.
“Tenho esperanças”, disse Tobin sobre a possibilidade de haver mulheres ordenadas ao diaconato. Na qualidade de presidente do Conselho Teológico Norte-Americano Ortodoxo-Católico, Tobin disse que se animou com o fato de os ortodoxos reconhecerem a tradição das diaconisas.
Thompson, canonista, observou que uma associação de direito canônico dos EUA, a Canon Law Society of America, publicou em 1995 um documento em apoio às diaconisas.
Respondendo a uma pergunta anterior sobre como tornar mais visível a atuação das mulheres na Igreja, Thompson também fez uso de seus conhecimentos em direito canônico para salientar que, embora as leis da Igreja reservam a homilia aos sacerdotes e diáconos, exceções podem ser feitas quando um outro orador pode falar às “necessidades particulares daquele grupo”.
Uma outra pergunta pedia a opinião dos prelados sobre os dados que mostram que as jovens da geração “millennial” discordam mais da doutrina católica e frequentam menos a igreja do que os jovens da mesma geração. Em resposta, os bispos disseram que estariam abertos a dialogar com estas jovens. “Eu preciso da sabedoria deste grupo”, disse Thompson.
Tobin notou ainda que abordar as inquietações das jovens desta geração “não cabe apenas aos bispos”.
“Tenho rezado para que o Papa Francisco possa conseguir coisas boas com a sua promessa em encontrar funções mais incisivas e visíveis para as mulheres na Igreja”, disse Tobin. “Mas eu também acho ser importante que as mulheres ajudem as jovens a entenderem o porquê a igreja é um lar para elas, apesar das máculas e das rugas e, sim, apesar das injustiças”.
Pelo menos uma jovem católica presente se sentiu encorajada pelos comentários dos bispos e pela conferência em geral.
Admitindo que “existe uma distância enorme” entre as mais jovens e a hierarquia, Laura Taylor, 26, doutoranda na Universidade de Notre Dame, disse que acolheria quaisquer tentativas da parte do clero e dos bispos em dialogar com as fiéis católicas.
A conferência, ao reunir vozes diversas da academia e do ministério paroquial, já era um motivo de esperança, segundo Taylor. “O evento está trazendo à tona estes problemas”, disse. “O diálogo está acontecendo”.
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Diaconisas, mulheres da geração millennial: tópicos do diálogo dos bispos em conferência de mulheres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU