24 Setembro 2016
Apesar dos avanços feitos na região, 106 milhões de pessoas ainda não dispõem de banheiro em casa.
A América Latina é a região com mais água doce no planeta: Brasil, Colômbia e Peru figuram entre os 10 países com a maior quantidade de recursos hídricos. Mas nem todos os cidadãos podem usufruir deles.
A reportagem é de Mariana Ceratti, publicado por Banco Mundial, 22-09-2016.
Segundo dados do Banco Mundial, 20% da população ainda não conta com saneamento melhorado, que, de forma higiênica, separa os dejetos humanos do meio ambiente.
Apesar dos avanços sociais e econômicos da última década, 106 milhões de latino-americanos ainda não dispõem de banheiro em casa. Além disso, 34 milhões não têm acesso constante a água potável.
Outro dado preocupante do Banco Mundial é que mais de 70% das águas são despejadas sem tratamento nos rios e oceanos da região.
As estatísticas dão uma ideia do desafio que será alcançar o sexto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. O ODS 6 busca, até 2030, proporcionar acesso universal e equitativo à água potável, a um preço acessível a todos.
Atualmente, 91% da população global tem acesso a uma fonte de água potável melhorada, ou seja, protegida da contaminação fecal e química.
Em 1990, eram 76%. Mas ainda restam ao menos 1,8 bilhão de pessoas que usam uma fonte de água contaminada com matéria fecal.
O ODS 6 também tem como meta pôr fim à defecação ao ar livre e oferecer saneamento a todas as pessoas. Em todo o mundo, 2,4 bilhões de pessoas carecem desse serviço.
O estudo “Indicadores de Desenvolvimento 2016”, do Banco Mundial, calcula que a economia global perde cerca de US$ 250 bilhões por ano pela falta de serviços adequados de água e saneamento.
Outro desafio apontado pelo relatório está na disponibilidade de recursos hídricos em todo o planeta. Ela caiu pela metade nos últimos 50 anos, enquanto a demanda por água só aumentou.
Enquanto a América Latina ainda tem água em abundância, o Oriente Médio e Norte da África e o Sul da Ásia são as regiões mais carentes desse recurso. Nelas, há menos de 1.700 metros cúbicos disponíveis por pessoa ao ano, o que as coloca em estado de estresse hídrico.
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Banco Mundial: América Latina tem água em abundância, mas não saneamento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU