Trump quer abrir áreas selvagens do Alasca para petróleo e mineração

Foto: Rod Long;Unsplash

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04 Junho 2025

Decisão reverte regulamentação do governo Biden que restringia a produção de combustíveis fósseis em terras públicas nos EUA.
A informação é publicada por ClimaInfo, 03-06-2025. 
O governo do presidente Donald Trump nos EUA anunciou na última 2a feira (2/6) a intenção de revogar proteções ambientais que impediam a exploração de petróleo e mineração em milhões de hectares de terras selvagens no Alasca. A medida afeta em cheio a Reserva Nacional de Petróleo do Alasca (NPR-A), na região norte do estado, rica em biodiversidade e considerada crucial para a subsistência das comunidades indígenas que habitam a região.

A decisão reverte uma regulamentação da administração do ex-presidente Joe Biden, que restringia a perfuração em mais de metade da reserva, designando aproximadamente metade do território como “áreas especiais” para proteger espécies como ursos polares, caribus e aves migratórias. O Secretário do Interior norte-americano, Doug Burgum afirmou que a administração anterior “excedeu” sua autoridade ao impor essas limitações, violando uma lei de 1976 que exige o desenvolvimento energético na região, como destacou o NY Times.

A proposta faz parte da agenda energética do governo Trump, que defende a expansão da produção de combustíveis fósseis em terras públicas. Autoridades federais viajaram ao Alasca para incentivar empresas a investir em projetos de petróleo e gás, incluindo um gasoduto ligando os poços ao porto de Nikiski, na Península de Kenai no Pacífico, onde será liquefeito e carregado em navios especiais.



A indústria petrolífera celebrou a medida, enquanto grupos ambientalistas alertam que a exploração acelerará as mudanças climáticas e ameaçará ecossistemas já sob pressão – o Alasca aquece duas a três vezes mais rápido que a média global.

Comunidades indígenas estão divididas: algumas apoiam a geração de empregos e renda, enquanto outras temem impactos na caça e pesca tradicionais. O plano passará por 60 dias de consulta pública antes de ser finalizado, mas deve enfrentar resistência legal de organizações conservacionistas.

A NPR-A, criada em 1923 como reserva estratégica para a Marinha, é a maior área de terras públicas dos EUA e vem sendo alvo de disputas entre setores energéticos e ambientalistas há décadas.

O Guardian lembrou que, apesar da promessa de Trump de liberar a exploração petrolífera na Área Nacional de Vida Selvagem do Ártico, o leilão de licenças realizado em janeiro não atraiu nenhum interessado. Laura Daniel-Davis, secretária-adjunta interina do Departamento do Interior à época, destacou que “há lugares demasiado especiais e sagrados para serem explorados”, evidenciando a resistência à perfuração em áreas ambientalmente sensíveis.

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