15 Junho 2024
A reportagem é de Hernán Reyes Alcaide, publicada por Religión Digital, 13-06-2024.
No mensagem para a oitava edição do Dia Mundial dos Pobres instituída em 2017 e que este ano é comemorada em 17 de novembro, o Papa Francisco denunciou hoje que as guerras criam "novos pobres" e assegurou que os mais desfavorecidos "ainda têm muito a ensinar".
Em meio aos conflitos armados que atravessam a humanidade, o Papa lembra que somos "pobres de paz" e, com o pensamento abrangente que o caracteriza, une o grito dos mais necessitados com o das vítimas da barbárie bélica.
A violência provocada pelas guerras mostra com evidência quanto orgulho move aqueles que se consideram poderosos diante dos homens, enquanto são miseráveis aos olhos de Deus.
"Quantos novos pobres são produzidos por essa má política feita com armas, quantas vítimas inocentes!", sustenta Francisco na mensagem divulgada hoje pelo Vaticano em preparação para a celebração de novembro, na qual após a tradicional missa o Santo Padre voltará a se reunir com pessoas necessitadas de todo o mundo para compartilhar um almoço.
"Mas não podemos retroceder. Os discípulos do Senhor sabem que cada um desses 'pequeninos' carrega impresso o rosto do Filho de Deus, e a cada um deve chegar nossa solidariedade e o sinal da caridade cristã", acrescenta Jorge Bergoglio em sua mensagem.
No texto que tem como lema "A oração do pobre sobe até Deus" e que também olha para o próximo Jubileu que será celebrado em 2025, o Papa assegura que "neste ano dedicado à oração, precisamos fazer nossa a oração dos pobres e rezar com eles". Essa atitude, afirma Bergoglio, "é um desafio que devemos acolher e uma ação pastoral que precisa ser alimentada".
Para Francisco, "os pobres ainda têm muito a ensinar porque, em uma cultura que colocou a riqueza em primeiro lugar e que frequentemente sacrifica a dignidade das pessoas no altar dos bens materiais, eles remam contra a corrente, destacando que o essencial na vida é outra coisa".
"Em direção ao Ano Santo, exorto cada um a se tornar peregrino da esperança, oferecendo sinais concretos para um futuro melhor", convoca o Papa olhando já para o Jubileu que se inicia em 24 de dezembro. Assim, o chamado pontifício é a "saber parar, se aproximar, dar um pouco de atenção, um sorriso, um carinho, uma palavra de consolo".
"Esses gestos não são improvisados; exigem, ao contrário, uma fidelidade diária, muitas vezes escondida e silenciosa, mas fortalecida pela oração. Neste tempo, em que o canto da esperança parece dar lugar ao estrondo das armas, ao grito de tantos inocentes feridos e ao silêncio das inúmeras vítimas das guerras, dirijamo-nos a Deus pedindo-lhe a paz", propõe no contexto dos conflitos atuais.
"Somos pobres de paz; levantemos as mãos para acolhê-la como um dom precioso e, ao mesmo tempo, empenhemo-nos por restabelecê-la no dia a dia", analisa Francisco nessa direção.
Em última análise, ao deixar sua mensagem para o Dia que ele mesmo criou, Francisco lembra que "somos chamados em todas as circunstâncias a ser amigos dos pobres, seguindo os passos de Jesus, que foi o primeiro a se solidarizar com os últimos".
A íntegra da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Pobres/2024 pode ser lida aqui.
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Francisco denuncia que as guerras criam "novos pobres" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU