Uso de agrotóxicos cresce 30% no mundo e 78% no Brasil, afirma pesquisadora ao lançar livro

Foto: Gilaxia | Canva

Mais Lidos

  • Niceia 1.700 anos: um desafio. Artigo de Eduardo Hoornaert

    LER MAIS
  • A rocha que sangra: Francisco, a recusa à OTAN e a geopolítica da fragilidade (2013–2025). Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • Congresso arma pior retrocesso ambiental da história logo após COP30

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

16 Outubro 2023

Segundo procuradora, prosperidade não pode ser obtida à custa da saúde dos trabalhadores.

A informação é publicada por Rede Brasil Atual - RBA, 15-10-2023.

Durante lançamento de livro sobre o uso crescente de agrotóxicos, na semana que passou, especialistas chamaram a atenção para a contaminação dos trabalhadores que atuam na produção de alimentos e também da água. “Temos vastos recursos naturais e uma agricultura pujante, que desempenha um papel vital na nossa economia. No entanto, essa prosperidade não deve e não pode ser obtida às custas da saúde de nossos trabalhadores e trabalhadoras rurais, que são a força vital para esses resultados abundantes”, afirmou a vice-procuradora-geral do Trabalho, Maria Aparecida Gurgel. O Ministério Público do Trabalho (MPT) promoveu debate com a presença da professora Larissa Mies Bombardi, autora de Agrotóxicos e Colonialismo Químico.

A professora e pesquisadora lembrou que a União Europeia já baniu 269 agrotóxicos, enquanto o mundo não chegou a banir 100. No Brasil, a situação é pior, acrescentou Larissa.

Dados alarmantes

“Os dados do Brasil são mais alarmantes porque, enquanto o mundo registrou um crescimento de 30% na venda de agrotóxicos nos últimos 10 anos, no Brasil a expansão foi de 78% no mesmo período”, afirmou a professora, autoexilada na Bélgica desde 2021, devido a ameaças que passou a receber. Segundo ela, “a agricultura não é mais sinônimo de produção de alimentos”.

Já o subprocurador-geral do Trabalho Pedro Luiz Serafim da Silva, coordenador do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, observou que o trabalhador participa de todos os processos envolvidos na cadeia produtiva. Isso inclui fabricação, transporte, aplicação e consumo. “É uma questão muito séria e que está provocando uma enorme contaminação, inclusive da água. E todos nós bebemos água, água contaminada com agrotóxico.”

Por sua vez, a procuradora do Trabalho Cirlene Zimmermann, à frente da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho e da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Codemat) do MPT, lembrou que o tema está ligado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que integram a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Ela citou os ODSs 3, sobre “Saúde e bem-estar”, e 8, “Trabalho Decente e Crescimento Econômico”.

Leia mais