“A Argentina é o maior consumidor de agrotóxicos por habitante do mundo”

Fonte: Pixabay

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20 Junho 2023

Mauricio Cornaglia, presidente da Multissetorial Parem de nos Fumigar, alertou que a Argentina “é o maior consumidor de agrotóxicos por habitante do mundo” no último dia do 1º Encontro Nacional de Povoados Fumigados, que aconteceu durante quatro dias em Rosario com a participação de vinte grupos ambientalistas de Buenos Aires, Santa Fe, Córdoba e Entre Ríos.

A reportagem é publicada por Télam, 17-06-2023. A tradução é do Cepat.

“Na Argentina, consumimos 600 milhões de litros de agrotóxicos por ano; é o país que mais consome agrotóxicos no mundo, com uma média de 12 litros de agrotóxicos por habitante/ano”, explicou em conversa com Télam Cornaglia no final do encontro no Centro Cultural La Toma, do qual participaram cerca de 50 ambientalistas do Pampa Úmido.

Em relação aos desafios do modelo extrativista, cujo expoente máximo é a agricultura baseada nos agrotóxicos, a liderança disse que um dos principais desafios “é que as pessoas entendam o problema em que nos encontramos porque a grande maioria o ignora”.

“Essa ignorância é possível porque o Estado, nas suas diversas instâncias, apoia e cuida para não dizer que os agrotóxicos adoecem e, ao contrário, apresentam esse modelo como virtuoso”, disse.

Nesse sentido, defendeu que “a luta não é apenas contra as organizações que dominam o modelo, porque elas não poderiam fazê-lo sem o apoio dos bancos e dos governos”.

Cornaglia destacou que o objetivo dos grupos ambientalistas é “mudar o modelo, porque o extrativismo tem atividades como a megamineração, o fracking e agora a exploração do lítio, mas o mais importante é a agricultura baseada nos agrotóxicos devido à quantidade de divisas que entram no país”.

Sobre a possibilidade de implementar um modelo alternativo de agricultura, o líder ambientalista disse que “a resposta para a agricultura com agrotóxicos é a agroecologia, é voltar a cultivar a terra sem agroquímicos e sem transgênicos”.

“Existem muitos casos na Argentina e em outros lugares do mundo onde se conseguiram rendimentos semelhantes e até maiores em que o produtor não tem que gastar com fertilizantes ou sementes ou todas as despesas que o modelo agroquímico impõe. Isso está comprovado”, acrescentou.

E concluiu dizendo: “Este modelo de produção, que já dura quase três décadas, veio como a solução para a fome não apenas na Argentina, mas no mundo, o que não só é uma mentira, porque a Argentina não produz alimentos para 400 milhões de habitantes porque só produz commodities, mas também não pode alimentar seus habitantes porque metade da população é pobre”.

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