26 Outubro 2022
Se o fim de semana de mobilização pacifista, lançado ela coalizão EuropeforPeace e propedêutico à manifestação para o cessar-fogo na Ucrânia prevista para 5 de novembro em Roma, acabou em sucesso, os próximos dias continuam a falar a linguagem da paz, começando pelo trono de Pedro.
A reportagem é de Emanuele Giordana, publicada por il manifesto, 25-10-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
No domingo, no Angelus, na Praça São Pedro, o Papa Francisco anunciou sua participação no momento de encerramento do Encontro internacional de oração pela paz, "O grito da paz", organizado pela Comunidade de Santo Egídio em Roma, iniciativa que acompanhou as muitas manifestações da EuropeForPeace.
"Terça-feira, 25 de outubro", disse o Papa, "estarei no Coliseu para rezar pela paz na Ucrânia e no mundo, junto com os representantes das Igrejas e Comunidades Cristãs e das Religiões mundiais, reunidos em Roma para o encontro ‘o grito de paz’. Convido a se unirem espiritualmente a essa grande invocação a Deus: a oração é a força da paz. Rezemos, continuemos a rezar pela Ucrânia tão atormentada”.
Mesmo que o papa não possa ser recrutado na coalizão EuropeForPeace, Santo Egídio aderiu à plataforma que reúne mais de 600 adesões, mesmo que seja atribuída apenas à comunidade de Trastevere o encontro que começou no domingo no Centro de Congressos La Nuvola.
Não há dúvida de que muitas organizações cristãs aderiram, em sintonia com a linha do papa, à EuropeForPeace e a atração entre leigos pacifistas e católicos é tão forte que a manifestação de 5 de novembro tem em sua plataforma justamente as palavras de Francisco: "Com o Papa Francisco dizemos: Que as armas se calem e se busquem as condições para iniciar negociações capazes de conduzir a soluções não impostas pela força, mas acordadas, justas e estáveis”.
A manifestação do dia 5 começará às 13h da Piazza della Repubblica, onde as pessoas se concentrarão a partir das 12h e às 14h30 chegará à Piazza San Giovanni, onde cerca de 15 intervenções se alternarão das 15h até o encerramento às 16h30min. Outros eventos já programados também convergirão ao local (como a iniciativa contra a pobreza organizada pela Rete Numeri Pari e o Fórum Desigualdades e Diversidade) e, ao que parece, até o Comitê “Parar a guerra”, do qual Gianni Alemanno é porta-voz.
"Nós - dizem os organizadores - não vamos mandar ninguém embora, mas que fique claro para todos que este é o evento baseado na plataforma lançada pela EuropeForPeace". Que até o momento contabiliza entre 35 e 40 mil presenças nos eventos de pelo menos cem cidades da Itália no último fim de semana.
Além do pedido de cessar-fogo, a manifestação pressiona para que se chegue a uma conferência de paz organizada pela ONU. Francesco Strazzari, de Sant'Anna de Pisa, que acaba de publicar Frontiera ucraina. Guerra, geopolitiche e ordine internazionale, acredita que o primeiro obstáculo seja “a chantagem de uma potência nuclear que considera os territórios ucranianos como aquisições: potência nuclear que tem direito de veto no Conselho de Segurança e, portanto, pode bloquear tudo. Essa condição sem precedentes poderia ser superada com a Assembleia Geral que decide um encontro superando o obstáculo do CdS. Difícil, mas talvez não impossível. A questão é como se possa configurar uma diplomacia nos bastidores que, impulsionada pela força das ruas, se empenhe sem parecer estar do lado de Putin. E isso é possível, mesmo que seja apenas para chegar a um cessar-fogo. Quanto à pressão do movimento pela paz, se continuar se expandindo, deixando de lado os argumentos de divisão, pode realmente ter um efeito positivo e até criativo. Ajudando a superar a ideia de que a diplomacia só pode funcionar quando as armas são silenciadas, o que não é verdade”.
“Para seus adversários, as ruas ajudam Putin, que espera um desgaste da frente ocidental. Aqui se trata, conclui Strazzari, de derrubar a lógica segundo a qual uma ação pela paz seria apenas uma forma de lhe dar uma saída. Qualquer iniciativa de paz sempre recebeu um impulso e foi ajudada de baixo”.
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Um fim de semana de paz, "convocado" também o papa. Para chegar à ONU - Instituto Humanitas Unisinos - IHU