15 Setembro 2022
Proximidade e ecumenismo. Estas foram as palavras-chave do encontro privado que o Papa realizou esta manhã com os membros da Companhia de Jesus na Nunciatura Apostólica de Nur-Sultan. Um momento fraterno marcado, como é habitual nas viagens internacionais, por uma grande franqueza.
A reportagem é de Gabriella Ceraso, publicada por Vaticano News, 15-09-2022.
Segundo o padre Antonio Spadaro, diretor de La Civilità Cattolica - a revista jesuíta que reúne todo o conteúdo da conversa -, o encontro durou cerca de uma hora e um quarto e começou antes mesmo das 9 horas locais, quando na Itália era 5:00, devido à chegada antecipada de Francisco.
Papa Francisco com os Jesuítas em Nur-Sultan. (Foto: Antonio Spadaro | Vatican News)
Estavam presentes 19 dos 25 irmãos de toda a Região Russa, que inclui Belarus, Rússia, Quirguistão e Tadjiquistão. O Cazaquistão não tem jesuítas. Padre Spadaro relatou um "encontro muito fraterno, descontraído e franco" no qual se discutiu o atual quadro geopolítico, sempre com um enfoque muito forte na dimensão pastoral.
O Papa esteve muito atento - acrescentou o padre Spadaro - às pequenas mas muito dinâmicas Igrejas, como as da região russa, recomendando os jesuítas, com clara referência à sua missão, em particular à "proximidade".
Também nesta ocasião - como em todos os encontros com os irmãos durante as viagens internacionais - o que marcou o momento foi a liberdade e franqueza com que cada um falou de si mesmo e como vê a situação política e eclesial, e onde imediatamente os sentimentos das pessoas também se levantaram, em direção ao Papa.
Papa Francisco com os Jesuítas em Nur-Sultan. (Foto: Antonio Spadaro | Vatican News)
Outra palavra-chave do encontro foi "ecumenismo", fundamental nesta região asiática onde os católicos ainda são minoria. A grande familiaridade com que o Papa se expressa e os jesuítas o recebem, nestas ocasiões, mesmo em tom de brincadeira, é mais um motivo para que o encontro dure ainda mais do que o esperado.
Leia mais
- No Cazaquistão, o Papa Francisco relança seu multilateralismo
- Cazaquistão, o enviado do patriarca russo: "Um encontro entre Kirill e o Papa é possível, mas deve ser preparado"
- Francisco no Cazaquistão e os quatro mandamentos das religiões hoje: paz, pobres, migrantes e ecologia
- Metropolita Antonio, após encontro com Francisco, volta a abrir as portas para um encontro entre o Papa e Kirill
- O Papa aos jornalistas em voo: "Estou pronto para ir à China"
- Papa Francisco: "Chegou a hora de acordar desse fundamentalismo que contamina e corrói todos os credos"
- Rússia, Patriarca Kirill contra governos da OTAN: "Suas escolhas levarão à destruição"
- O Papa aos jornalistas em voo: "Estou pronto para ir à China"
- O que é o Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais cuja 7ª edição (14-15 de setembro) receberá o Papa Francisco?
- Abu Dhabi: Declaração conjunta do Papa Francisco e o Grande Imam de Al-Azhar
- O acordo da Santa Sé com Rússia e China: o legado da Ostpolitik e a “mudança de época”. Artigo de Massimo Faggioli
- Cazaquistão, o enviado do patriarca russo: "Um encontro entre Kirill e o Papa é possível, mas deve ser preparado"
- A viagem do Papa ao Cazaquistão à sombra da guerra na Ucrânia e da crise entre o Ocidente e a China
- No Cazaquistão, Papa Francisco provavelmente encontrará três cadeiras vazias
- Cazaquistão: um olhar sobre o país. Entrevista com Anna Zafesova
- Patriarca Kirill desiste e não quer encontrar o Papa Francisco no Cazaquistão, irritado por ter sido chamado de “coroinha de Estado”
- Patriarca Kirill não se encontrará com o Papa no Cazaquistão. A declaração é do Metropolita Antonij
- Papa no Cazaquistão, esperanças e problemas
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Francisco abraça os jesuítas russos no meio da crise gerada pela guerra de Putin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU