02 Setembro 2022
A guerra na Ucrânia é como a “terceira guerra mundial”. A comparação foi feita ontem de manhã pelo Papa Francisco, no final da audiência geral de quarta-feira, saudando os fiéis poloneses.
A reportagem é de Luca Kocci, publicada por Il Manifesto, 01-09-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Em 1º de setembro, será lembrada a eclosão da Segunda Guerra Mundial, que marcou tão dolorosamente a nação polonesa", disse Bergoglio, que acrescentou "de improviso" uma frase não presente no texto entregue à imprensa: “Hoje vivemos a terceira. Rezamos de maneira especial pelo povo ucraniano”.
Algumas palavras, as do papa, que em certo sentido reforçam aquela do comunicado da Santa Sé na tarde de terça-feira que, depois de ter deixado passar uma semana de "decantação", quis esclarecer - mas não retificar - o que o pontífice afirmou na audiência de 24 de agosto, quando condenou o atentado a Darya Dugina ("Penso naquela pobre jovem que morreu numa explosão causada por uma bomba que estava debaixo do banco do carro em Moscou"), desencadeando a ira de Kiev.
“As palavras do Santo Padre sobre essa dramática questão devem ser lidas como uma voz levantada em defesa da vida humana e dos valores ligados a ela ligados e não como tomadas de posição política - lê-se na nota vaticana -. Quanto à guerra em amplas dimensões na Ucrânia, iniciada pela Federação Russa, as intervenções do Santo Padre Francisco são claras e inequívocas ao condená-la como moralmente injusta, inaceitável, bárbara, insensata, repugnante e sacrílega”.
"O Vaticano pela primeira vez chama a Rússia de agressora", colocou nas manchetes o New York Times. Obviamente este não é o caso. Mas do outro lado do Atlântico, e em várias chancelarias europeias, simplesmente não conseguem aceitar que o papa condene o ataque russo sem por isso justificar a guerra contra Moscou.
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Papa Francisco e a polêmica sobre as vítimas russas: “Estamos vivendo a terceira guerra mundial” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU