25 Agosto 2022
No dia 27 de agosto, aos 48 anos, o missionário de La Consolata, Giorgio Marengo, se tornará o mais jovem cardeal do Colégio Cardinalício. Nesse dia, dois anos depois de ser consagrado bispo, será o cardeal quem apascentará o menor rebanho da Igreja universal, o da Mongólia, com cerca de 1.300 fiéis de uma população de três milhões e meio, que se reúne em oito paróquias e acompanhados por cerca de sessenta missionários de diversas nacionalidades e congregações, segundo dados da Agência Fides.
A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 25-08-2022.
"Foi um gesto missionário, expressar atenção e cuidado a uma pequena comunidade e a todas as pequenas comunidades de fiéis espalhadas pelo mundo, naquelas terras onde são um pequeno rebanho", declarou quando soube em maio passado que o Papa Francisco o nomeou como o novo cardeal.
Mais uma vez, a atenção à periferia é uma das prioridades de Francisco, neste caso periferia remota, na região mongol de Uvurkhangai, onde chegou antes dos 30 anos com três freiras e outro membro de sua congregação, no meio de uma população majoritariamente budista e onde a prioridade pastoral era ajudar no dia a dia com as necessidades das pessoas, criando creches pós-escolares, chuveiros públicos, um projeto de artesanato para mulheres, um centro de terapia de dia e um grupo para homens com problemas de alcoolismo... segundo disse à Fides.
Assim como na igreja primitiva ele aprendeu que “o ministério do bispo na Mongólia é, em minha opinião, muito semelhante ao ministério episcopal da Igreja primitiva: sabemos como os apóstolos nos primeiros dias do cristianismo deram testemunho de Cristo ressuscitado em condições de absoluta minoria em relação aos apóstolos, lugares e culturas onde ficaram. Para mim é uma grande responsabilidade que me aproxima do verdadeiro sentido da missão”.
O jovem missionário entendeu que o melhor que podia fazer era acompanhar. E aprender a língua. A “elasticidade mental” dos seus 30 anos, como afirmou em La Vie, permitiu-lhe “lançar-me no que era realmente outro mundo. O primeiro desafio foi aprender a língua, mas também entrar na forma de pensar, de ver a vida, uma inversão copernicana que os ocidentais têm que fazer, principalmente nos países asiáticos. Mergulhamos nas tradições, e esses anos foram difíceis, mas agradáveis”, lembra.
Como assinala a Agência Fides, “há uma expressão que penso que pode refletir muito bem a natureza do nosso compromisso missionário, que ouvi de Dom Thomas Menamparampil, Arcebispo emérito de Guwahati, Índia: devemos sussurrar o Evangelho ao coração da Ásia. Gosto de aplicar esta imagem à Mongólia: o anúncio da Palavra do Evangelho, com um sussurro, é, portanto, um trabalho constante de evangelização que exige entrar numa relação autêntica com o povo; e, em virtude desta autêntica relação de amizade, podemos partilhar o que nos é mais precioso: a fé em nosso Senhor Jesus Cristo".
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Giorgio Marengo: O cardeal mais jovem para o menor rebanho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU