12 Agosto 2022
São 523 mil crianças entre 5 e 11 anos que não tomaram as duas doses da vacina.
A reportagem é publicada por Sul 21, 10-08-2022.
O governo do Estado apresentou, nesta quarta-feira (10), estudo demonstrando que 54% das crianças que poderiam estar vacinadas estão desprotegidas contra a covid-19 no Rio Grande do Sul. Os dados são do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEV) da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e se referem a crianças entre 5 e 11 anos sem o esquema completo.
Por esquema vacinal incompleto, entende-se sem a aplicação da primeira ou segunda dose da vacina. No momento, 314.144 ainda não receberam a primeira dose, o que equivale a 32,6% do total (964.268). Se forem acrescidos os não vacinados com a segunda dose (209.164), o número chega a 523.308 – o que resulta em 54% do público infantil desprotegido.
O estudo também levou em conta dados relacionados ao público adulto. Apenas 37% do público entre 18 e 29 anos e 49% das pessoas entre 30 e 39 anos receberam as três doses da vacina no Estado.
Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, a falta de proteção deixa os grupos vulneráveis à ocorrência de Síndrome Respiratória Grave (SRAG) por covid-19.
“São números que demonstram o status e a importância do esquema vacinal completo contra a covid-19 em todas as faixas etárias. Os dados também demonstram o risco aumentado de hospitalizações e óbitos para aqueles que estão em atraso com as doses”, afirmou.
Além disso, foram registrados 50,7 casos de SRAG a cada 100 mil habitantes entre a faixa etária dos 30 aos 39 anos, e 36,7 casos entre pessoas de 18 a 29 anos com o esquema vacinal completo, ou seja, com as três doses. Ao incluir a segunda dose de reforço (4ª dose), a ocorrência cai para 15,6 casos a cada 100 mil habitantes entre 18 e 29 anos, e para 26,9 casos no grupo dos 30 aos 39 anos.
Isso significa que a chance de ter SRAG é 3,6 vezes maior no primeiro grupo e 4,1 maior entre as pessoas com idades entre 18 e 29 anos que não tomaram as três doses.
Dos 105 óbitos de covid registrado neste ano no RS, entre adultos com menos de 40 anos, 76 foram de pessoas com alguma comorbidades, como hipertensão arterial e doença renal crônica e que ainda não haviam recebido a dose de reforço. Já entre os vacinados com a quarta dose do imunizante, foram 19 mortes.
Outro tema abordado no Gabinete de Crise foi o Sistema 3As. Nesta semana, não foram emitidos avisos ou alertas para as 21 regiões do sistema de monitoramento, que gerencia a pandemia de covid-19 no Rio Grande do Sul. Segundo os dados divulgados, a situação hospitalar no RS é de estabilidade no número de internados por covid, com expectativa de redução para as próximas semanas.
A situação, como nas semanas anteriores que não ocorreram alertas, ainda é considerada delicada em razão das taxas de ocupação na UTIs hospitalares – como se costuma verificar usualmente no inverno – e o risco da entrada das subvariantes, que podem gerar um aumento da demanda por leitos covid.
“Vacinar não é só uma ação de autoproteção, é também um bem coletivo. Quem se vacina, reduz os riscos de internações e óbitos e protege todo mundo a sua volta”, afirmou a secretária da SES, Arita Bergmann.
Embora não tenham sido emitidos avisos nem alertas, os integrantes do gabinete e grupos de trabalho relacionados ao tema permanecem monitorando os dados relativos à pandemia no Estado.
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Estudo aponta que 54% das crianças no RS estão desprotegidas contra a covid-19 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU