10 Mai 2022
Após a comunidade de Aracaçá, composta por indígenas do povo Yanomami, ter desaparecido da região, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) publicou uma nota nesta sexta-feira (6) sobre a situação.
A informação é de Hutukara Associação Yanomami, publicada pelo Conselho Indigenista Missionário - CIMI, 06-05-2022.
Após uma adolescente Yanomami ser morta e estuprada por garimpeiros no dia 26 de abril de 2022, a comunidade de Aracaçá desapareceu da região. Diante da repercussão, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) publicou uma nota nesta sexta-feira (6) sobre a situação.
Ao longo dos últimos dias, a Hutukara vem investigando os episódios denunciados pelos Yanomami. Em nota, a HAY afirmou que, “embora não tenha reunido informações suficientes para esclarecer a ocorrência ou não do crime, recolheu informações que revelam um grave histórico de tragédias associadas ao garimpo na comunidade”.
Além disso, afirmaram que, ao longo dos últimos dias, entrevistaram parentes que vivem próximos à região de Aracaçá e uma anciã da comunidade que está na cidade de Boa Vista (RR) para receber atendimento médico.
“As informações obtidas até o momento confirmam o cenário desolador vivido pela comunidade a partir das relações impostas pelo garimpo, com reiterados depoimentos de violência sexual em série”, diz a nota.
Os relatos compilados pela Hutukara foram cruzados com dados oficiais do distrito de saúde – censos populacionais de 2017 e 2022, bem como registros de óbitos –, de modo que foi possível identificar a cronologia dos episódios narrados. Por meio das denúncias e relatos, foi constatado que há relação direta com os invasores da Terra Indígena Yanomami.
Ao final da nota, a Hutukara reforçou também a necessidade de conduzir uma apuração ampla e aprofundada do histórico de violências vivido pelos indígenas em Aracaçá.
Com base nisso, defendemos que se conduza uma apuração mais ampla e aprofundada do histórico de violências vivido pelos indígenas em Aracaçá, por consequência do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
Para ler a nota na íntegra, clique aqui.
Leia mais
- O genocídio dos povos indígenas. A luta contra a invisibilidade, a indiferença e o aniquilamento. Revista IHU On-Line, Nº. 478
- Garimpo ilegal e coronavírus na Terra Yanomami deixam milhares de indígenas à própria sorte. Entrevista especial com Dário Kopenawa
- Organização Yanomami exige retirada de garimpeiros após denúncia de estupro e morte de menina
- Menina indígena Yanomami é estuprada e morta por garimpeiros
- CEEPETH repudia a violência sexual de garimpeiros contra mulheres e crianças Yanomami
- Duas crianças Yanomami são mortas após serem sugadas e cuspidas por draga do garimpo ilegal
- Garimpo ilegal traz fome, doença e exploração sexual para Território Yanomami, diz estudo
- Pedidos de mineração disparam e já chegam a 40% da terra indígena Yanomami
- Destruição de terras indígenas pelo garimpo cresceu quase 500% em dez anos
- Flecha de indígenas isolados é entregue ao MPF-RR como indício de massacre na Terra Yanomami
- “Os garimpeiros chegaram querendo guerra”, dizem indígenas Yanomami
- “Vamos matar os Yanomami”: relatos de um povo sob ataque
- Novo ataque contra o povo Yanomami revela omissão do Estado em coibir violência permanente causada pelo garimpo
- Garimpeiros ligados ao PCC atacam aldeia Yanomami
- Diante do sofrimento dos yanomami, “necessidade de a Igreja fazer ecoar essa voz”. Entrevista com Ir. Laura Vicuña Pereira Manso
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Nota pública da Hutukara: desaparecimento da comunidade Sanomã, de Aracaçá - Instituto Humanitas Unisinos - IHU