Os católicos e o voto na França

Foto: Flickr CC/Arno Mikkor

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13 Abril 2022

 

Tradicionalmente, na França, o voto católico era um voto de centro ou centro-direita. Acima de tudo, era menos propenso a se deslocar para a extrema direita do que o do restante dos franceses. Até agora, quanto mais praticante fosse a pessoa, menos votava nos candidatos da Frente Nacional. Isso não é mais verdade, de acordo com a pesquisa do Ifop, que indica uma virada importante.

 

A reportagem é de Isabelle de Gaulmyn, publicada em La Croix, 11-04-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

No domingo, os católicos votaram como todo o país, exceto pelo fato de terem votado na extrema-direita: não só o fato de ir regularmente à missa não imuniza contra a direita radical, mas, ao contrário, tornou-se um fator determinante do voto a seu favor.

 

Cerca de 40% dos católicos praticantes votaram nos partidos de extrema direita, contra 32% dos franceses. Não se pode deixar de notar que a drástica diminuição do número de fiéis anda de mãos dadas com um catolicismo que olha para trás.

 

Evidentemente, há razões múltiplas: uma sociedade conturbada que, tanto entre os fiéis quanto entre todos, se desloca para os extremos; os católicos preocupados com um liberalismo tanto econômico quanto social, que parece apagar as referências antropológicas fundamentais da nossa sociedade. Mas, acima de tudo, devemos levantar a questão da relação com o mundo que está atrás de nós.

 

Qual é o olhar dos católicos sobre a sociedade? Ainda segundo a sondagem, os pontos decisivos do seu voto são, acima de tudo, a segurança, a luta contra o terrorismo e a imigração clandestina. Pior ainda, os católicos estão até menos interessados do que o conjunto dos franceses na luta contra a precariedade ou a favor do ambiente.

 

Essa concepção tão “defensiva” deve nos fazer refletir, coletivamente: a missa não é missa se não se abre ao mundo. E o sacramento da eucaristia não é eucaristia se não se abre ao sacramento do irmão.

 

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