27 Setembro 2021
Campanha foi ao ar na manhã desta sexta-feira, 24, com o lançamento da plataforma de doação tenhosede.org.br e do clipe com a versão do cantor Gilberto Gil para o clássico de Dominguinhos e Anastácia, Tenho Sede, em apoio à construção de cisternas no Semiárido.
Foto: Agência Quintall. Fonte: ASA.
A reportagem é de Adriana Amâncio, publicada por Articulação do Semiárido - ASA, 24-09-2021.
A ASA iniciou a largada rumo a mais 1 milhão de cisternas no Semiárido. Na manhã desta sexta-feira, 24, foi ao ar a Campanha Tenho Sede, que tem o objetivo de arrecadar recursos para a construção de 1 milhão de cisternas no Semiárido brasileiro. O primeiro passo da campanha contou com uma participação super especial do cantor e compositor Gilberto Gil, que lançou o clipe da sua nova versão do clássico composto por Dominguinhos e Anastácia, Tenho Sede, declarando apoio ao Programa Um Milhão de Cisternas Rurais e à própria campanha.
O acesso à água potável, por meio da cisterna de 16 mil litros, é uma das razões de existir da rede, que em 1999, lançou-se ao desafio de construir 1 milhão de cisternas. Em 2014, o objetivo não só foi alcançado, mas também superado, hoje, o Semiárido conta com 1,2 milhão de pessoas com acesso à água para beber e cozinhar.
Entretanto, ainda há 1 milhão de pessoas no Semiárido sem acesso à água potável. Nos últimos cinco anos, o Programa Um Milhão de Cisternas e outras políticas que preveem a construção de tecnologias de convivência com o Semiárido tiveram os recursos esvaziados e praticamente paralisaram. Com os recursos arrecadados, a ASA dará início às construções com o objetivo de atender o público de 1 milhão de pessoas que ainda não têm acesso à água potável para o consumo humano na região.
Mais do que ajudar na implementação das tecnologias, as doações vão multiplicar histórias de dignidade e cidadania como as de Dona Josefa Quirino, mais conhecida como Dona Nêna, que mora na comunidade Rodrigues, município de Cumaru, no Semiárido de Pernambuco. Antes de ter água fresquinha e saudável na porta de casa, ela caminhava até 12 km carregando lata d’ água na cabeça.
Com as doações, outras mulheres do Semiárido poderão realizar o sonho de serem alfabetizadas, assim como Dona Maria das Neves, da comunidade de Caiçara, no Distrito de Abóbora, Semiárido baiano. Na infância, ela não pôde frequentar a escola porque tinha que buscar água com os pais. Apenas em 2005, quando já desfrutava do benefício de ter água boa e de qualidade na porta de casa e alimento em quantidade suficiente na mesa, ela concluiu os estudos, por meio do Programa de Educação de Jovens e Adultos.
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ASA lança campanha Tenho Sede para construir mais 1 milhão de cisternas no Semiárido - Instituto Humanitas Unisinos - IHU