Túneis sob o Muro das Lamentações serão abertos ao público

Foto: Ana Paula Hirama | Wikimedia Commons

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04 Agosto 2021

 

Turistas em visita a Jerusalém vão contar com uma nova atração: túneis do Muro das Lamentações na parte ocidental da cidade, recentemente descobertos, serão abertos à visitação pública.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

“A nova rota oferece uma melhor compreensão do complexo e importante local conhecido como Túneis do Muro das Lamentações, ao mesmo tempo em que enfatiza a extensão deste magnífico edifício”, disse em entrevista para a CBS News o arquiteto Shachar Puni, do Departamento de Conservação da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA). 

São três túneis, além de um pátio aberto e duas salas localizadas a menos de 30 metros do Monte do Templo. Arqueólogos acreditam que se tratava de uma rota de fuga em caso de perseguição política ou religiosa, ou até mesmo uma espécie de despensa alimentar

Nos locais esculpidos nas rochas arqueólogos encontraram vasos de barro, núcleos de lâmpadas de óleo, canecas e bacias de pedra, além de outros utensílios usados em rituais, característicos do período. 

A diretora de escavações do IAA, Dra. Shlomit Weksler-Bdolach, indicou que os túneis foram construídos por volta de 20-30 a.C., ao longo de uma rua que levava para o Monte do Templo. O Muro das Lamentações é o último remanescente do Templo de Salomão

Escavando no sítio Khirbet el Rai, localizado entre Kiryat Gat e Lachish, a cerca de 70 quilômetros a sudoeste de Jerusalém, arqueólogos encontraram evidências de um assentamento da era filisteu dos séculos 12-11 a.C., relatou a repórter Amanda Borschel-Dan, do The Times of Israel

Entre as descobertas nesse sítio foram encontrados fragmentos de um jarro de cerâmica de 1.100 a.C., que juntas apresentam cinco letras - resh, beit, ayin, lamed e provavelmente um yud – do antigo alfabeto cananeu, que sugere a inscrição de “Jerubbaal” ou “Yeruba’al”, que era o apelido do juiz bíblico de Gideão, filho de Joás

De acordo com o livro bíblico de Juízes, capítulos 6 a 8, Gideão organizou um pequeno exército de 300 soldados para combater os midianitas

Mas persistem dúvidas se o jarro com a inscrição reporta-se ao Gideão do livro de Juízes. Por mais tentador que seja conectar os pontos entre o Gideão bíblico e o nome pintado no jarro, arqueólogo de Khirbet el Rai reconhecem, em comunicado de imprensa, que “o nome do juiz Gideon bem Yoash era Jerubbaal, mas “não podemos dizer se ele era o dono da peça onde a inscrição está escrita a tinta”. 

Para o arqueólogo Yossef Garfinkel, um dos coordenadores das escavações no sítio de Khirbet el Rai, o resultado mais relevante do achado das peças de cerâmica contendo as cinco letras, é preencher o que ele denominou de “elo perdido” na escrita cananeia. Ele explicou que ocorreram exemplos descobertos nos séculos 14, 13 e 12 a.C., mas depois houve um período de 150 anos sem inscrições que as conectassem com a escrita judaica.

 

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