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Hiroshima, Nagasaki, nós

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06 Agosto 2020

“A memória não é retrocesso, semeia futuro. Aqueles que “fazem a morte feliz” não descansam nem nos dias de folga. Olhos no piolho: os Bolsonaro e os Trump se reproduzem rapidamente porque a paranoia se tornou a mais eficaz das ideologias. À mercê do absurdo desenfreado, o planeta (com nós sobre ele) está a caminho de se tornar uma Hiroshima, um punhado de cinzas indefesas, envolvidas no celofane dos eufemismos, que nem o vento levará. Cinzas de nós, cinzas do planeta”, escreve Rodolfo Braceli, poeta, ensaísta e jornalista argentino, em artigo publicado por Página|12, 05-08-2020. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Em 6 de agosto de 1945, foi lançada a primeira bomba atômica sobre Hiroshima. Ao terceiro dia, ninguém ressuscitou, foi lançada a segunda atômica sobre Nagasaki. Duas bombas preventivas? Duas advertências pacifistas? Mais de 260.000 mortes em alguns instantes: o equivalente em vidas a 88 Torres Gêmeas.

Com aqueles 6 e 9 de agosto, começou uma nova Era? A condição humana subiu ao menos um degrau? O respeito ao diferente superou a tolerância? Desenvolvemos algo a mais do que o músculo da hipocrisia? Enfim, além do prodigioso crescimento da ciência e da técnica, conseguimos fazer com que guerras e doenças endêmicas e fomes e genocídios e analfabetismo deixassem de ser inevitáveis hábitos humanos?

Passaram-se anos, mas no primordial crescemos? Não há caso: sempre parece impudente a defasagem entre evolução científica e cretinismo moral. Nada aprendemos do atroz genocídio judeu, nada com o menosprezado genocídio armênio. Os genocídios preventivos não param. Pedalamos sem corrente. Enquanto isso, suicidamos o planeta.

Assistimos à Era dos eufemismos. Nossa história depois da Segunda Guerra Mundial explícita poderia ser contada encadeando eufemismos. Somos filhos de eufemismos desalmados, tais como: “danos colaterais, mísseis inteligentes, em situação de rua, racionalização de pessoal, departamento de relações humanas, guerras preventivas, analfabetismo’. O cúmulo do cinismo é consagrado quando a insuportável tortura é chamada de interrogatórios exigentes.

Naturalizados pelos meios de (des)comunicação, os eufemismos amortecem, minimizam, mascaram, liquefazem, absolvem atrocidades e a globalização da escravidão. Os eufemismos são a forma mais azeitada de impunidade. Os assassinatos em massa, em Hiroshima e Nagasaki, foram informados ao mundo com eufemismos contidos em frases selvagens: Tivemos que soltar a bomba, disseram, “para alcançar a paz mais cedo”. A pequena frase justificou e absolveu uma bomba e outra mais. As consciências da condição humana foram amortecidas.

E quem consumou a barbárie? Não foram monstros, essa denominação os absolve: foram seres humanos... Quando chegam notícias de assassinos em série que em colégios dos Estados Unidos despacham dezenas de companheiros, surge a pergunta: como, como é possível? É possível porque emergem de uma sociedade que assimilou o eufemismo dessas bombas com uma naturalidade que hoje a faz encarnar a paranoia como ideologia. O massacre em uma cervejaria é rotulado como "incidente crítico". Um personagem borgiano diria: "Coisa de meninos". A paranoia corre solta. Triunfa o cinismo.

Revisemos detalhes daqueles bombardeios sobre Hiroshima e Nagasaki, duas cidades desarmadas. As bombas foram "soltas", não "lançadas". Os autores não careciam de ternura: as bombas foram batizadas de "Little boy" (Pequeno garoto) e "Fat man" (Homem gordo). O aviãozinho que transportou a façanha foi nomeado como "Enola Gay", em homenagem à mãe que deu à luz o piloto. Quanto ao pai, esqueceram.

Seres direitos e humanos, sem dúvida. E lá temos Charles Donald Albury, copiloto do bombardeio que consolidou a lição pacifista em Nagasaki. O garoto posa corado, sorridente, bonachão. Caramba, que cara de babaca feliz tem!

O episódio atômico teve outros traços humanitários. Por exemplo, Kyoto havia sido escolhida como alvo para a primeira atômica, mas o secretário de Guerra, Henry Stimson, amava Kyoto. Em Kyoto, havia aproveitado sua lua de mel. Essa memória salvou Kyoto de ser carbonizada. Optou-se por Hiroshima como alvo, às 8h15, cedinho, porque era “mais conveniente em termos publicitários”.

Depois disso, o que chamados de civilização? Nossa condição humana está pendente. Hiroshima e Nagasaki seguem crepitando. Moralmente, somos um paupérrimo simulacro.

Conta-nos Johsie, uma sobrevivente

Pronunciamos Hiroshima e soa muito distante. Para encurtar a distância que leva à indiferença ativa, compartilho agora algumas linhas de uma reportagem que fiz com uma sobrevivente de Hiroshima. Eu a entrevistei há 38 anos, em sua casa, em Vicente López. Vamos ouvir Yoshie Kamioke em seu determinado espanhol:

“Eu tinha 17 anos e a caiu a bomba. Bomba Hiroshima, 6 de agosto, meu aniversário é 10 de agosto. Passei o aniversário dormindo. A bomba havia cansado muito meu corpo. Lembro-me daquele dia e dói no meu coração. Naquela manhã, saio para o escritório, o bonde não chega, ando 45 minutos, chego à estação e barulho de avião e bomba! Estava a vinte quarteirões de distância, mas quando a bomba caiu, não senti dor, não senti nada”.

“Pobre Hiroshima minha. Bomba silenciosa. Bomba como vento forte, vento com raio, brilho amarelo. Não ouço barulho, apenas vento e muito amarelo e o dia é noite. Tudo escuro, gritos de ajuda! Levanto-me, meu pequeno corpo pesa muito. Busco minha casa. De minha roupa, apenas uma blusa branca permanece inteira. O rosto arde, não sei se falta muito cabelo na cabeça. Ando e caio, vejo pessoas nuas com os cabelos todos brancos. Estou muito cansada e assustada, e um pouco tonta”.

“Três horas e eu chego em casa. A garganta e olhos ardem, sinto-me mais cansada. Não consigo engolir água. Minha mãe tira a blusa com uma tesoura e me coloca na cama. Aparecem moscas e minha mãe coloca uma proteção. Durmo cinquenta dias, até me levantar. E eu continuo vivendo... ”

Yoshie Kamioke tinha 29 anos quando chegou na Argentina. Disse-me com orgulho: “Mas hoje Hiroshima é linda, com flores, com árvores. Quando a morte fechar meus olhos, a memória da bomba terminará... "

A conversa com Yoshie aconteceu em uma manhã ensolarada, em meio ao inverno. Às vezes, Yoshie pensava em voz alta: "Por que a guerra? Com guerra, morrem crianças... gente surda, sem braços, sem pernas, pessoas cegas. Com guerra, somente é feliz a morte".

Pós-escrito. Estamos cheios de mísseis "inteligentes", de famintos sem alfabetização. Como resistir à lógica irreparável dos gerentes do planeta? Finalmente, aprendendo que nada existe de menos liberal que o autodenominado (neo)liberalismo.

A memória não é retrocesso, semeia futuro. Aqueles que “fazem a morte feliz” não descansam nem nos dias de folga. Olhos no piolho: os Bolsonaro e os Trump se reproduzem rapidamente porque a paranoia se tornou a mais eficaz das ideologias. À mercê do absurdo desenfreado, o planeta (com nós sobre ele) está a caminho de se tornar uma Hiroshima, um punhado de cinzas indefesas, envolvidas no celofane dos eufemismos, que nem o vento levará. Cinzas de nós, cinzas do planeta.

Saiamos da indiferença ativa. Mãe minha, mãe sua, mãe nossa, que estais na Terra.

 

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