08 Mai 2020
A Igreja de todos é o conjunto da humanidade inteira, da qual está em curso hoje um grandioso projeto de recomposição na fraternidade e no direito, excluindo toda captura e senhorio de uns ou de outros. A humanidade, a sua verdadeira Igreja.
A opinião é de Raniero La Valle, jornalista e ex-senador italiano, em artigo publicado por Chiesa di Tutti, Chiesa dei Poveri, 05-05-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Nos últimos dias, veio uma iluminação que diz respeito particularmente também ao nosso movimento e ao nosso site Chiesa di Tutti, Chiesa dei Poveri.
Quem são “todos”? O papa Francisco o enunciou com profunda comoção no dia 4 de maio em Santa Marta: são os amados por Deus, aqueles a quem o pastor ama e cuja voz ele conhece, além de toda diferença de língua e de pecado, os “todos” pelos quais o Senhor morreu, dando a vida para depois retomá-la, em todos, de novo.
A Igreja de todos, portanto, é o conjunto da humanidade inteira, da qual está em curso hoje um grandioso projeto de recomposição na fraternidade e no direito, excluindo toda captura e senhorio de uns ou de outros. A humanidade, a sua verdadeira Igreja.
E a Igreja dos pobres é a Igreja dos bem-aventurados, no sentido em que são “bem-aventurados os pobres” que ouviram e seguiram, cada um à sua medida, mas dentro do mesmo pasto, a voz do Pastor, os cristãos requerentes de asilo no reino, a Igreja instituída que, nas suas distantes origens, vem mas também sai da circuncisão; pobres de carne, como todos, e de espírito, como muitos, pobre no sentido em que até o papa é “um pobre cristão”, como nos explicou Ignazio Silone.
As duas Igrejas, ou, melhor, as duas expressões da mesma humanidade, são distintas, cada uma em sua própria ordem, mas, para além dessa ordem, estão unidas e, de fato, se confundem.
Dois átrios do mesmo coração. O papa Francisco se revela presente no seu cruzamento, a seu serviço hoje, na grande crise da pandemia, um papa cuja voz se dirige igualmente a um e a outro pasto, e é cada vez mais descoberta e ouvida em uma e em outra ordem. Que reforma!
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As duas Igrejas. Artigo de Raniero La Valle - Instituto Humanitas Unisinos - IHU