23 Mai 2019
“Não devemos ter medo do futuro, mas devemos guiá-lo através de uma forte deontologia e ética que são os valores fundadores de nossa profissão de comunicadores". Com estas palavras Pierdonato Vercellone, Presidente da FERPI (Federação das Relações Públicas Italiana) abriu a conferência em 17 de maio sobre "Inteligência Artificial e Computadores Quânticos" promovida pela Associação, pela Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e pela Faculdade de Ciências da Comunicação da universidade.
Sobre a atualidade e urgência dessas temáticas, foram chamados a debater especialistas do setor, representantes de empresas e de órgãos públicos, comunicadores e educadores, de diversas formas ligados às aplicações das novas tecnologias.
A reportagem é de Mariaelena Iacovone, publicada por Settimana News, 22-05-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Um grande painel investigou e aprofundou o impacto social, econômico e cultural da IA, e contou com uma apresentação de Saverio Lovergine, do Instituto Nacional para a Análise das Políticas Públicas (INAPP), com uma palestra sobre as novas fronteiras do trabalho. O advento dos robôs e das inteligências artificiais levou, no período de poucas décadas, a um novo horizonte de trabalho caracterizado pela interação e cooperação entre o homem e a máquina.
Dessa forma, passou-se de “uma medida ligada às competências, as chamadas skills, a uma medida na qual o elemento fundamental é entender quanto do aspecto manual e cognitivo de uma função pode ser considerado como rotina. Para isso é importante, hoje mais do que nunca, entender quais instrumentos adotar para resolver o problema do desemprego tecnológico", explica Lovergine.
No entanto, essas novas tecnologias invadem não apenas o mundo do trabalho, mas também o mundo da saúde. Mauro Grigioni, do Istituto Superiore di Sanità, falou sobre isso durante sua apresentação, analisando a aplicação da Inteligência Artificial no âmbito da assistência em saúde.
"A IA atua como suporte na relação humana médico-paciente e desempenha um papel relevante nos exames de diagnóstico por imagem, em especial no setor da oncologia", enfatiza o diretor. Para explorar o potencial da inteligência artificial, entretanto, é necessário “saber discernir os resultados; isso significa formação", acrescenta Grigioni.
Massimiliano Gattoni, do Ministério de Infraestrutura e Transportes, também esteve entre os palestrantes com uma apresentação dedicada ao futuro das infraestruturas. "Só se houver uma gestão tecnológica do estado de saúde das nossas infraestruturas será possível garantir segurança aos cidadãos e evitar tragédias como a da Ponte Morandi", declarou o engenheiro.
Durante o encontro, os palestrantes também fizeram uma reflexão sobre a gestão da inovação: desde a questão da transparência até a não-discriminação e as principais problemáticas normativas e jurídicas geradas pela Inteligência Artificial.
O encontro foi encerrado por Fabio Pasqualetti, reitor da Faculdade de Ciências da Comunicação da UPS: “A tecnologia não é neutra, deve sempre ser vista dentro do projeto. O maior risco das novas tecnologias é gerar problemas mais amplos, como a desigualdade social, por isso espero que a Inteligência Artificial possa contribuir para tornar nosso mundo mais justo e équo”.
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Inteligência artificial e práticas cotidianas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU