21 Fevereiro 2019
O senador estadunidense Bernie Sanders, que perdeu a indicação democrata à disputa da presidência para Hillary Clinton e que, desde então, inclinou o partido para a esquerda, lançou ontem sua candidatura às eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2020. Trump, por sua parte, não demorou a deslegitimar seu anúncio.
A reportagem é publicada por Página/12, 20-02-2019. A tradução é do Cepat.
O político independente de 77 anos que se aliou ao Partido Democrata, juntou-se a uma dúzia de pré-candidatos que busca a indicação para vencer Trump, em um campo no qual se espera a postulação de Joe Biden, o ex-vice-presidente de Barack Obama.
Sanders se autodefiniu como socialista democrático e disse que é hora de completar a revolução política que começou em 2016. “Trata-se de criar um governo e uma economia que sirvam a muitos, não só a uns poucos”, disse o senador de Vermont, ao se lançar no ringue com um endereço eletrônico para seus seguidores, entrevistas em rádio e televisão e uma longa mensagem em vídeo.
Sanders questionou duramente o mandatário republicano, a quem definiu como um mentiroso patológico, racista, xenófobo e alguém que está minando a democracia estadunidense. “Agora, mais do que nunca, precisamos de uma liderança que nos una, não que nos divida”, disse.
Em seu discurso difundido pelas redes, Sanders afirmou que sua campanha vai além de vencer a Trump. “Nossa campanha consiste em transformar nosso país e criar um governo baseado nos princípios de justiça econômica, social, racial e ambiental”, destacou e, em seguida, prometeu atuar contra os poderosos interesses que regem os Estados Unidos, entre os quais mencionou Wall Street, seguradas e a indústria militar.
A campanha anterior de Sanders se centrou na luta contra a desigualdade de renda e ontem voltou a insistir com as mesmas propostas: a busca de uma cobertura universal de saúde e uma matrícula universitária gratuita, um aumento do salário mínimo para um salário digno, e uma forte luta contra a mudança climática. “Todas estas políticas têm agora o apoio da maioria dos estadunidenses. Agora, é o momento de completar essa revolução iniciada em 2016 e implementar a visão pela qual lutamos”, enfatizou Sanders, que prometeu reunir um milhão de voluntários em todos os estados do país.
A administração de Trump não demorou a responder e disse que embora os democratas possam ter abraçado as ideias que Sanders defende, o povo estadunidense não. “Sanders já venceu o debate nas primárias democratas, porque todos os candidatos estão adotando sua marca de socialismo”, disse a administração de Trump em um comunicado. “Contudo, o povo estadunidense rejeitará uma agenda de impostos altíssimos, atenção médica administrada pelo governo e ditadores como na Venezuela. Só o presidente Trump manterá os Estados Unidos livre, próspero e seguro”, concluiu.
Algumas ativistas do movimento #MeToo também se manifestaram contra a candidatura de Sanders, depois que várias integrantes de sua campanha, em 2016, denunciaram ter sido assediadas sexualmente por seus companheiros, também empregados de Sanders. No entanto, o atual candidato pediu desculpas públicas a esse respeito.
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Estados Unidos. Bernie Sanders anuncia sua entrada na disputa pela presidência - Instituto Humanitas Unisinos - IHU