30 Julho 2018
Depois de 91 anos no Vaticano, ocorreu uma situação semelhante com um cardeal. Sabe-se que o Papa Francisco aceitou a renúncia do Colégio Cardinalício do ex-arcebispo de Washington, T. McCarrick, acusado e investigado por questões de abuso sexual e de outros comportamentos inadequados para um sacerdote.
A reportagem é de Luis Badilla, publicada por Il Sismografo, 28-07-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em 1927, o Papa Pio XI, embora por razões bem diferentes, também teve que responder à renúncia do purpurado francês Louis Billot, aceitando a sua demissão.
Conta-se que Billot, há 91 anos, “foi convocado ao Vaticano em 13 de setembro de 1927 e recebido em audiência pelo papa. Na Cúria Romana, era bem conhecido o caráter irascível de Pio XI e a sua tendência a tratar até mesmo os cardeais com muita severidade, e esperava-se um acalorado debate no escritório papal. Pelo contrário, a audiência foi estranhamente breve e silenciosa. Poucos minutos depois de sua entrada, Billot saiu da sala sem o solidéu, o anel e a cruz peitoral: havia renunciado à dignidade cardinalícia, indignado com o duro posicionamento do pontífice e da Secretaria de Estado contra a Action Française. Sua renúncia foi aceita no dia 21 seguinte pelo papa. Morreu como simples sacerdote jesuíta em 18 de dezembro de 1931, aos 85 anos de idade, nos arredores de Roma” (Wikipedia.it).
Às vésperas do conclave de 2013 que elegeu o Papa Francisco, estourou o caso do cardeal escocês Keith O’Brien. O comunicado da Santa Sé, que definitivamente esclareceu o caso no dia 15 de março de 2015, dizia: “O Santo Padre aceitou a renúncia aos direitos e às prerrogativas do cardinalato, expressados nos cânones 349, 353 e 356 do Código de Direito Canônico, apresentada, ao término de um longo processo de oração, por sua eminência o Sr. Cardeal Keith Michael Patrick O’Brien, arcebispo emérito de Saint Andrews e Edimburgo. Com esse procedimento, Sua Santidade manifesta a todos os fiéis da Igreja na Escócia sua solicitude pastoral e os encoraja a continuar com confiança no caminho de renovação e de reconciliação”.
O cardeal O’Brien, ao contrário de McCarrick e Billot, nunca perdeu o título cardinalício.
A investigação sobre o caso O’Brien foi confiada em 2014 a Dom Charles Scicluna como promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, hoje arcebispo de Malta. O purpurado escocês reconheceu algumas de suas culpas, dizendo: “Houve momentos em que minha conduta sexual esteve abaixo dos padrões exigidos de mim como sacerdote, arcebispo e cardeal”.
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McCarrick não é mais cardeal: é o segundo ''expulso'' desde o início do século XX - Instituto Humanitas Unisinos - IHU