10 Julho 2018
Progrediu ao longo do fim de semana a escalada de assassinatos de líderes sociais em várias partes da Colômbia. Sábado em Guacari (departamento de Valle del Cauca) foi assassinado Fernando Gómez, líderes da Associação mista indígenas e campesina - Asomic. Um episódio que provocou uma forte comoção, inclusive pelo apreço e respeito que Gómez tinha junto à população, em uma região caracterizada pela presença de grupos criminosos e traficantes de drogas.
A informação é publicada por SIR, 09-07-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Três outros líderes sociais foram mortos na sexta-feira em várias partes do país: em Ituango na Antioquia, a Chaparral em Tolima e em Cartagena del Chairá, no departamento de Caquetá. Inclusive nesses casos, as pessoas mortas estavam envolvidas em associações de camponeses e lutavam pela restituição das terras. Três outros líderes sociais foram mortos no começo da semana passada. Os números oficiais das autoridades judiciárias falam dos 30 líderes sociais já mortos em 2018 e 178 a partir de 2016, mas de acordo com a "Defensoría del Pueblo" desde 2016, as mortes já somam 311, cerca de uma centena só este ano. As manifestações da última sexta-feira em defesa dos líderes sociais foram realizadas em todo o país.
Diante desse massacre lento, mas constante, a Conferência Episcopal da Colômbia expressou toda a sua preocupação na última sexta-feira, em uma mensagem final da sua Assembleia plenária: "Expressamos novamente a nossa profunda consternação face às mortes de nossos irmãos e irmãs nos últimos dias; nós nos unimos à dor de suas famílias. Cada vida é sagrada e toda morte violenta é inaceitável".
Os bispos dirigem "um apelo à sociedade colombiana para manter a estabilidade dos territórios regionais e da democracia e para continuar avançando por caminhos que garantam a vida, a liberdade e a justiça. Pedimos às autoridades para elevar os níveis de proteção e os mecanismos estabelecidos pela lei para garantir a segurança das pessoas que sofrem ameaças".
De modo mais geral, sobre o caminho de paz a Conferência Episcopal da Colômbia destaca que "a paz é um bem que merece todos os nossos esforços. Nenhum colombiano pode eximir-se de participar para que sejam superados os problemas e as situações de conflito ainda existentes no país". Portanto, "convidamos a não abandonar no meio do caminho o esforço que o país tem feito pela paz e pela reconciliação", um caminho que "requer novas contribuições e novos horizontes, mas, acima de tudo, a coragem e o comprometimento de todos, para que, finalmente, a paz se trone uma realidade".
Na mensagem, os bispos colombianos também pedem ao novo presidente Iván Duque para ser garante da unidade do país e de promover, junto com todos os partidos e os grupos sociais tal objetivo. Outro grande objetivo para a Colômbia deve ser a luta contra a corrupção, vista como um verdadeiro "flagelo" que "incrementa a iniquidade, a ilegalidade, o tráfico de drogas, a pobreza e as várias formas de violência."
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Colômbia: mais quatro líderes sociais mortos no fim de semana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU