17 Mai 2017
O Papa Francisco está pensando em dedicar um encontro do Sínodo dos Bispos às preocupações dos povos indígenas da região amazônica, disse um arcebispo peruano.
A reportagem é de Junno Arocho Esteves, publicada no sítio Catholic News Service, 16-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Embora a Igreja continue ajudando os povos nativos da Amazônia, que abrange 63% do Peru, os esforços devem continuar “revitalizando” a Igreja e o seu trabalho na região, disse o arcebispo Salvador Piñeiro Garcia-Calderón, de Ayacucho, presidente da Conferência dos Bispos do Peru.
“O Santo Padre nos disse que gostaria de um sínodo para os povos amazônicos na Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil”, disse Dom Piñeiro ao jornal vaticano L’Osservatore Romano.
Em uma entrevista publicada em 16 de maio, o arcebispo disse que os bispos peruanos se reuniram com Francisco durante duas horas e meia no dia 15 de maio, durante a visita “ad limina”, que os bispos são obrigados a fazer ao Vaticano.
O desafio de evangelizar em comunidades remotas foi um dos temas principais que os bispos discutiram com o papa, disse Dom Piñeiro.
Entre os problemas enfrentados pelos bispos, disse, está a dificuldade de chegar fisicamente aos povos nativos. Por exemplo, contou, embora estejam na mesma província eclesiástica, um bispo está a cinco horas de distância, e outro, a 17 horas.
“É mais fácil se encontrar em Roma”, disse ele ao L’Osservatore Romano. “Não é uma região fácil, e o papa está muito preocupado.”
Como nação, disse, “viramos as costas” para os povos nativos da Amazônia e fomos “insensíveis ao seu sofrimento, à sua marginalização”.
A Igreja, comentou, foi a única voz que se pronunciou pela defesa dos povos indígenas da Amazônia. No início dos anos 1900, São Pio X denunciou fortemente os maus tratos às populações nativas nas plantações de seringueiras do Peru, disse Dom Piñeiro.
Um sínodo, afirmou, expandiria essa mensagem e fortaleceria os atuais esforços para evangelizar.
“É difícil evangelizar a população nativa”, disse. “Recentemente, as sementes começaram a ser semeadas. Alguns dos meus irmãos bispos que estão nessa área aprenderam a falar a língua nativa, a fim de se aproximarem da população.”
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Entrevistado pelo jornal L’Ossservatore Romano, Dom Piñeiro afirmou:
“Hoje (16-05-2017), o Santo Padre nos disse que gostaria de um sínodo para os povos amazônicos na Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil. O Peru ocupa 63% da bacia amazônica, dois terços do território amazônico. Mas nós viraram as costas à Amazônia, pouco sensíveis ao sofrimento, à marginalização. Pouco pessoal, as distâncias... Não é uma zona fácil, e o papa está muito preocupado. Quando houve o problema da borracha, das explorações, quem foi o único que se pronunciou? São Pio X. Ele foi o único a defender os indígenas do nosso país. Mas é difícil evangelizar os povos nativos. Recentemente, começou-se a semear. Alguns dos meus irmãos que estão naquela área falam as línguas nativas para poderem se aproximar mais da população.”
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Papa quer sínodo dedicado aos povos da Amazônia, afirma arcebispo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU