16 Junho 2018
Uma exposição dedicada à obra cartográfica do jesuíta italiano Pe. Martino Martini (1614-1661), natural de Trento, foi inaugurada na sede do Centro China-Itália em Hang Zhou, capital da província chinesa de Zhe Jiang, para comemorar o 375º aniversário da chegada do grande missionário àquela cidade.
A reportagem é da Agência Fides, 13-06-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A inauguração ocorreu no dia 2 de junho, data em que se celebra a festa nacional da República italiana, pátria de Martini. Centenas de acadêmicos e estudiosos, chineses e italianos, participaram do evento, co-organizado pelo Centro de Promoção da Cultura e Comércio China-Itália, pelo Centro de Estudos Italianos Martino Martini, pela Edulife Itália-China e pela Associação para a Promoção da Cultura Chinesa no Exterior da província de Zhe Jiang.
Martino Martini, em chinês Wei Kuang Guo, historiador, geógrafo, cartógrafo, mas principalmente missionário jesuíta, é universalmente reconhecido e apreciado como pioneiro do intercâmbio cultural entre China e Itália, entre a cultura chinesa e a ocidental.
“Sua contribuição cultural”, ressaltou o presidente da Associação China-Itália, Jiang Xue Ji, durante a inauguração, “se expressou também através dos diversos mapas geográficos da China expostos na mostra, que representam um patrimônio histórico de valor inestimável. Um ‘troféu’ do intercâmbio cultural, científico e de amizade entre China e Itália, entre China e Ocidente”.
A cidade de Hang Zhou nunca se esqueceu do Pe. Martino, dedicando-lhe um monumento comemorativo que surge na área onde antigamente se encontrava o cemitério católico. Trata-se de um monumento considerado como patrimônio histórico da província.
A paróquia de Hang Zhou dedicada à Imaculada Conceição, construída pelo Pe. Martini graças às doações de duas mulheres convertidas, é um lugar de memória viva do grande missionário jesuíta, que compartilhava a mesma abordagem missionária de seu coirmão Matteo Ricci.
Martino Martini nasceu em 20 de setembro de 1614 em Trento, em uma família de comerciantes. Em 1632, mudou-se para Roma e, em 7 de outubro, na igreja de Sant’Andrea al Quirinale, entrou na Companhia de Jesus.
No dia 22 de julho de 1638, recebeu o mandato de partir para a China. Partiu junto com outros coirmãos em 19 de dezembro de 1641, desembarcando em Macau em 4 de agosto de 1642. Nos primeiros meses de 1643, entrou na China junto com o Pe. Giulio Aleni, vice-provincial dos jesuítas.
Depois de um ano de estada em Nanjing, chegou à cidade de Hang Zhou. Durante os anos de sua missão na China, visitou diversas cidades, chegando também a Pequim, capital do Império, e à Grande Muralha. Morreu em Hang Zhou em 6 de junho de 1661, aos 47 anos de idade.
Suas viagens missionárias também lhe permitiram reunir informações científicas, especialmente sobre a geografia do Império Chinês. Graças à sua preparação linguística e cultural, semelhante à de seus coirmãos – como Matteo Ricci, Michele Ruggieri e Giulio Aleni – o Pe. Martini foi o primeiro compilador de uma gramática chinesa em estilo ocidental e o primeiro geógrafo europeu a redigir obras geográficas e cartográficas (a mais conhecida delas está intitulada Novus Atlas Sinensis e remonta a 1655), baseando-se no conhecimento do território da China.
A sua familiaridade com as modalidades expressivas típicas do barroco também fez dele um promotor apreciado e original do diálogo entre a cultura europeia e a chinesa.
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China: exposição comemora a figura do grande missionário jesuíta Martino Martini - Instituto Humanitas Unisinos - IHU